Fonte e
imagem: APTA/texto Fernanda Domiciano
Comer mato
é gostoso, saudável e gera renda. Queridinhas
entre os chefes de cozinha, as Plantas Alimentícias Não
Convencionais (PANC) podem ser uma importante fonte de renda
aos pequenos produtores rurais e de nutrientes aos consumidores.
O Polo Regional de Pindamonhangaba, da Agência Paulista
de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria
de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo,
levará à Agrishow 2017, 16 espécies de
PANC, que irão compor a Vitrine Tecnológica para
Pequenas Propriedades. A ideia é resgatar o cultivo e
consumo de PANC, uma forma de agregar valor à produção
orgânica e promover a segurança alimentar e nutricional.
Na Feira,
a APTA apresentará as PANC araruta, cúrcuma, ararutão,
carás, em forma de tubérculos, e capuchinha, peixinho-da-horta,
major-gomes, serralha, azedinha, caruru, mangarito, taioba,
chuchu de vento, bertalha, vinagreira e ora-pro-nóbis,
plantadas em vasos. A APTA realiza projeto de pesquisa que integra
saberes científico e popular.
A pesquisadora
da APTA, Cristina Maria de Castro, explica que para os produtores
rurais familiares, as PANC podem ser uma importante fonte de
renda, já que são facilmente cultivadas e possuem
valor agregado. São produtos diferenciados, que
têm sido bastante buscados por chefes de cozinha e mercado
gourmet, afirma.
Os produtores
que fornecem alimento para o Programa Nacional de Alimentação
Escolar (PNAE) também podem receber mais com as PANC,
já que o valor pago por alimentos orgânicos é
30% superior aos produtos não orgânicos. A
Lei Municipal 16.140 também prevê a introdução
progressiva de alimentos orgânicos ou de base agroecológica
na alimentação escolar no município de
São Paulo. A ideia é inserir alimentos saudáveis,
ricos em nutrientes, e livres de resíduos químicos
na merenda escolar. É um filão de mercado muito
interessante, afirma.
Os projetos
de pesquisa da APTA têm o objetivo de promover políticas
públicas focadas na pesquisa participativa agrícola
e desenvolver novos modelos de sistema de produção
com base agroecológica, considerado as especificidades
regionais. A intenção é estimular as famílias
rurais a permanecerem no campo, com qualidade e respeito ao
seu conhecimento, com geração de renda e produção
diferenciada.
São
pesquisas que buscam o resgate, a domesticação
e propagação das PANC em sistemas agroflorestais
(SAF) e em plantio direto com adubação orgânica.
A inserção das PANC na mesa dos consumidores é
feita por meio da interação popular com o desenvolvimento
científico e tecnológico, no âmbito de projeto
de pesquisa com metodologia participativa, explica Cristina.
As pesquisas
envolvem a transferência de tecnologias relacionadas ao
manejo das PANC, propagação de sementes e forma
de preparo dos alimentos. Duas vezes ao ano realizamos
o Saúde na Feira, uma ação
em feiras de municípios do Estado de São Paulo,
em conjunto com produtores orgânicos de PANC e com uma
chefe de cozinha que as prepara para degustação
da população. Além disso, prestamos assessorias
com palestras e implantação de Hortas Demonstrativas,
em escolas para inserção das PANC na merenda escolar,
conta.
PANC
começam a voltar à mesa
Segundo
a pesquisadora da APTA, plantas como ora-pro-nóbis, serralha,
caruru e araruta eram consumidas por nossos antepassados. Porém,
a facilidade dos alimentos processados e o dia a dia agitado
nas grandes cidades fizeram com que o consumo desses alimentos
fosse sendo descartado. A alimentação, hoje,
é baseada em poucas espécies de plantas. As PANC,
porém, são ricas em nutrientes e podem ser cultivadas
em quaisquer espaços, inclusive nos jardins, explica
Cristina.
O movimento
de resgate das PANC ganhou força com a adesão
de renomados chefes de cozinha, como Alex Atala, Helena Rizzo
e Inês Baconnot. Eles ajudaram a popularizar esse
assunto, principalmente na mídia. Além disso,
criaram uma demanda para os produtores, já que utilizam
as PANC em seus restaurantes. Mas é importante deixar
claro, que as PANC podem ser consumidas e cultivadas em qualquer
local, afirma.
Inspirados
pelos chefes de cozinha e conscientes da importância do
papel da alimentação para prevenção
de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes
tipo II, problemas cardiovasculares e obesidade infantil, os
consumidores passaram a procurar por esse tipo de produto e
a resgatar um hábito alimentar de seus antepassados.
A
APTA tem realizado trabalho de empoderamento da população
sobre as técnicas de cultivo e as formas de uso das PANC
na alimentação, destacando os benefícios
à saúde, valorizando a cultura regional e preservando
a biodiversidade. Queremos promover a alimentação
saudável de verdade e explicar paras pessoas que
nossa cultura alimentar e a conservação da sociobidiversidade
são alicerces para uma vida saudável, diz
a pesquisadora.
Para Arnaldo
Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo, as pesquisas com PANC são
importantes por gerar renda no campo, melhorar a vida do produtor
rural e disponibilizar alimentos saudáveis à população.
Essas são as principais diretrizes do governador
Geraldo Alckmin para a Pasta, afirma.
Serviço:
Agrishow 2017
Data: 01 a 05 de Maio de 2017, de Segunda a Sexta, das
08h às 18h .
Local: Ribeirão Preto - São Paulo
Endereço:
Rodovia Antonio Duarte Nogueira Km 321 | Ribeirão
Preto SP
Mais informações: https://www.agrishow.com.br
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