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Arquivo NippoBrasil - Edição 312 - 8 a 14 de junho de 2005
 
• Era Edo – parte 6
Popularizacao de algumas formas de arte
Durante o período, algumas manifestações culturais difundiram-se socialmente e consolidaram-se, sendo preservadas no Japão até os dias atuais


NINGYÔ JÔRURI - Arte cênica foi precursora do Bunraku atual

Arquivo Jornal NippoBrasil

Haiku – o poema de 17 sílabas
Isolado do restante do mundo, o Japão consolidou e popularizou muitas formas de arte peculiares durante a Era Edo. Algumas delas são praticadas até hoje com maestria e requinte. Uma delas é o haiku, um poema composto por versos de 5, 7 e 5 sílabas (totalizando 17), cujo assunto é um tema sazonal.

A denominação haiku foi difundida por Masaoka Shiki (1867~1902), mas pode se referir também, no seu sentido lato, à primeira estrofe do poema do haikai, que se popularizou na Era Edo. O haiku e o poema tanka, de 31 sílabas, constituíram as duas principais correntes literárias genuinamente japonesas.

O haikai, originalmente, era uma literatura que explorava a comicidade. O povo da Era Edo compunha esse tipo de poema para explorar o lado cômico da vida. Quem elevou o nível da arte foi Matsuo Bashô (1644~1694). Um dos seus poemas mais conhecidos representa o seu estilo literário simplista, porém contém toda a visão oriental de wabi (serenidade plena) e sabi (refinamento ou brio envolto por camada de refinamento): Furuike ya, Kawazu Tobikomu, Mizu no Oto (No velho açude, o pulo do sapo que quebra o silêncio).

Além de Bashô, o haikai, precursor do haiku, teve outros grandes poetas que se destacaram na Era Edo, como: Yosa Buson (1716~1783) e Kobayashi Issa (1763~1827).

Senryû – Uma variedade de haiku com tema humorístico
O senryû é um poema de 17 sílabas em linguagem coloquial, de conteúdo cômico, irônico ou satírico, que teve muita evidência a partir de meados da Era Edo. Em fins desse período, surgiu uma facção de tendência vulgar que recebeu o nome de kyôka.

Esse tipo de poema antes era chamado de maeku (primeira estrofe) e fazia parte do haikai. Era uma espécie de jogo em que se acrescentava o maeku de 17 sílabas para a segunda estrofe, de 14 sílabas, dada como tema.

Matsuo Bashô (1644~1694)
Nascido na cidade de Ueno, em Iga (atual província de Mie), a famosa terra dos ninjas, quando jovem, Bashô serviu ao filho do chefe dos samurais do feudo de Ueno, Yoshitada, mas, após a sua morte, no ano de 1666, decidiu dar uma guinada em sua sua vida, partindo para Edo, a fim de se tornar um poeta do haikai.

No início, ele morou no bairro de Shinbashi, no centro da cidade de Edo, mas, em 1680, mudou-se para o bairro de Fukagawa, morando numa casa simples, à qual deu o nome de bashô-an (cabana de bananeiras japonesas). De seu bashô-an, ele saiu em viagem para várias partes do Japão, compondo poemas durante o caminho e fazendo muitos discípulos, que deram seguimento ao haikai de alto teor literário criado por Bashô.

Durante uma das suas inúmeras viagens, Bashô caiu doente e faleceu na cidade de Osaka, em 1694, deixando o poema “Tabi ni yande, Yume wa kareno o kakemeguru” (No leito da enfermidade, os sonhos correm soltos pelo campo seco).

Ningyô Jôruri – Teatro de bonecos
Jôruri, à semelhança das trovas e dos cânticos da era medieval européia, são composições cantadas com o acompanhamento de shamisen, instrumento musical de três cordas. Sua origem remonta à Era Muromachi (1336 ou 1338?~1573). Por volta da Era Edo (1603~1867), o Jôruri passou a ser apresentado junto com os bonecos, encenando as histórias cantadas, daí o nome de ningyô (boneco) Jôruri.

O Ningyô Jôruri atingiu grande popularidade apenas na Era Edo, com o surgimento de dois grandes gênios: Takemoto Gitayû, cantor e compositor de Jôruri, e Chikamatsu Monzaemon, escritor das tramas de Jôruri. Juntamente com o teatro Kabuki, o Jôruri constituiu-se numa arte cênica muito popular da Era Edo, muitas vezes superando o Kabuki, com os dramas cantados com maestria.

Na Era Meiji, quando o Ningyô Jôruri começava a perder popularidade, Uemura Bunrakuken fundou o teatro Bunraku-za, em 1872, reconquistando o público. Com a popularidade dos Ningyô Jôruri apresentados no teatro Bunraku-za, o nome do teatro, ou seja, o Bunraku, passou a ser sinônimo de Ningyô Jôruri.

Chikamatsu Monzaemon (1653~1724)
Filho de samurai, Monzaemon sempre demonstrou maior afinidade pela literatura do que pelas artes marciais. Desde 20 e poucos anos, começou a escrever peças para Jôruri e também para Kabuki.

A sua obra representativa é Sonezaki shinjû (Pacto de morte em Sonezaki), escrita em 1703, tendo como tema o duplo suicídio da meretriz Ohatsu e do jovem aprendiz de uma casa comercial ocorrido na cidade de Osaka, no bosque de Sonezaki-tenjin. A criatividade de Chikamatsu, que escolheu como personagens principais as pessoas do povo, e não figuras históricas famosas, e a sua abordagem lírica, mostrando o sofrimento do casal que não teve outra escolha a não ser a morte para imortalizar o amor, mobilizam um grande público para assistir ao espetáculo.

Monzaemon é conhecido como o Shakespeare (1564~1616) do Japão.

Teatro Kabuki
O Kabuki, uma das artes cênicas japonesas mais conhecidas no mundo, teve origem no início da Era Edo, como segmento da dança denominada Kabuki Odori, criada por Izumo-no-Okuni (séculos XVI e XVII), em Quioto. A dança criada por essa mulher foi imitada por muitas meretrizes, até ser proibida, em 1629, por atentar contra os bons costumes da época. Com essa proibição, o Wakashu Kabuki, dança de jovens bem apessoados, que surgiu por volta de 1615 tomou fôlego, mas também foi proibido em 1652, por fomentar o homossexualismo.

No ano seguinte, porém, o xogunato de Edo acabou cedendo, com a permissão do Yarô Kabuki, ou seja, a representação cênica somente de atores do sexo masculino sem franjas, característica essa para identificar os jovens que não atingiram a idade adulta.

Com o passar do tempo, o Kabuki foi se aprimorando, transformando-se numa arte cênica peculiar, cuja encenação não perdeu o refinamento estético das danças.

Mantendo a tradição, até hoje o Kabuki é apresentado apenas pelos atores do sexo masculino. Os atores que fazem papel de mulher são conhecidos como oyama.

 
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