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Arquivo Campo NippoBrasil - 31/08/2010
 
Açaí torna-se opção rentável a pequenos agricultores
Mesmo com valorização de 650% em 16 anos, demanda
em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro continua em alta
 

Colheita de cana-de-açúcar: pordes na história

(Foto: Divulgação)

O que antes era um fruto barato e bastante acessível à população das regiões em que era produzido tem se tornado algo cada vez mais elitizado. O açaí, produto fundamental para as economias dos Estados do Pará, Maranhão, Amapá, Acre e Rondônia, chega a custar hoje, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), R$ 11 o litro, uma alta de 650% em relação ao preço praticado em 1994: R$ 1,50.

Se por um lado o consumo regional está em queda, por outro, a demanda nos grandes centros urbanos do País nunca esteve tão alta, principalmente no Rio de Janeiro, em São Paulo, Brasília, Goiás e na região Nordeste. No Rio de Janeiro, o açaí é muito consumido nas praias, onde é bastante popular entre os adeptos da “cultura da saúde” e entre os frequentadores de academias. Estima-se que no estado fluminense sejam consumidas 500 toneladas/mês, enquanto em São Paulo a média é de 150 toneladas/mês.

Assim, a cultura continua de grande importância socioeconômica para a região Norte. O principal aproveitamento é a extração do açaí, mas as sementes do açaizeiro são aproveitadas no artesanato e como adubo orgânico. A planta fornece ainda palmito e as suas folhas são utilizadas para cobertura de casas dos habitantes do interior da região. Dos estipes adultos, 30% podem ser cortados de cinco em cinco anos e destinados à fabricação de pastas e polpa de celulose para papel.

Para a população ribeirinha, uma das mais rentáveis possibilidades comerciais é a produção e comercialização de seu fruto in natura. Além disso, o cultivo para o mercado local é uma atividade de baixo custo e de excelente rentabilidade econômica.

Além disso, a valorização contribuiu, nos últimos anos, para um aumento da área manejada de 9.223 hectares, em 1996, para 18.816 hectares, em 2002, tanto para produção de frutos como para extração de palmito, atendendo mais de 5 mil produtores, dos quais 92,1% são do Estado do Pará.

O lado negativo é que a alta nos preços tem feito com que o açaí venha lentamente desaparecendo do cardápio das comunidades locais. Na década de 1990, o fruto e seus derivados faziam parte de quase todas as refeições das populações vizinhas às áreas de plantio. Mas, como no Pará, cerca de 1,2 milhão de pessoas ganham menos do que um salário mínimo (R$ 510), o consumo regional tem caído muito nos últimos anos.

“Acredito que a falta de uma política mais ampla, que abranja a produção e a comercialização deste produto no Estado, tem feito com que o paraense tenha dificuldade de adquiri-lo”, avalia Roberto Sena, supervisor técnico do Dieese. “Podemos dizer com tranquilidade: o açaí não é mais o arroz com feijão do paraense”, completa o economista.

Na trajetória fora da Amazônia seu uso foi multiplicado. Se antes era consumido com farinha de mandioca ou tapioca, hoje ele virou suco industrializado, passou a ser embalado em pílulas e servido doce em tigelas com frutas e granola. Nesses locais, o que se consome geralmente é o açaí fino que, misturado com outros produtos, costuma perder o sabor, o odor e até o valor calórico da fruta. Também é frequente o aumento da dosagem de água. Em 2000, foi iniciada a exportação de polpa congelada para os Estados Unidos e para a Itália, em um mercado externo que vem crescendo cerca de 20% ao ano.

 
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