Varidade
Okitsu é recomendada principalmente
aos pequenos produtores |
(Reportagem:
Susy Murakami / Foto: Divulgação)
A produção
da tangerina Okitsu, de origem japonesa, tem sido incentivada por instituições
de pesquisas agrícolas em diversas partes do Brasil. A principal
vantagem da fruta é sua precocidade, o que proporciona a colheita
na entressafra. O plantio é recomendado principalmente para o pequeno
agricultor, a fim de suprir o consumo no início do ano, quando
não há outras variedades disponíveis. Além
disso, há mercado em potencial, já que, apesar de grande
produtor mundial de laranja e tangerina, o País destina pouca quantidade
de citros para venda in natura.
Desde 1999,
a Embrapa Clima Temperado de Pelotas, Rio Grande do Sul, em parceria com
outros órgãos, vem fomentando o plantio dessa variedade
no Estado. A unidade também coordena experiências de implantação
do cultivo em Santa Catarina, São Paulo, Goiás, Minas Gerais,
Mato Grosso, Ceará e Bahia. Em locais mais quentes, no entanto,
o resultado tem sido menos satisfatório. A atividade mais bem-sucedida
é a do Rio Grande do Sul, onde cerca de 40 agricultores produzem
em torno de 200 toneladas anuais. Em 2000, antes do início do trabalho
da Embrapa, a área plantada era de 5 hectares. Hoje, são
aproximadamente 50. Segundo o pesquisador da Embrapa, Roberto Pedroso
de Oliveira, esse número só não é maior porque
os produtores preferem cautela antes de investir em novas cultivares.
Com a experiência dos resultados positivos obtidos até agora,
a tendência é de que o cultivo estadual aumente, alcançando
os 2 mil hectares, com produção de 50 mil toneladas por
ano.
O território
gaúcho é propício ao cultivo de citros, em especial
da Okitsu, por terem maior tolerância ao frio. A fruta japonesa
é resistente ao cancro cítrico, principal doença
registrada no Estado. A maior produção concentra-se na região
da Campanha Gaúcha, mas há pequenos plantios em outros locais.
Em razão da grande rusticidade dessa cultivar, nós
a recomendamos para assentamentos, pois requer poucos tratos para se produzir
bem, diz Oliveira. Na opinião do pesquisador, a Okitsu é
uma importante contribuição dos japoneses para a citricultura
mundial.
No Paraná,
o incentivo à produção de Okitsu é feito por
meio do Programa Fruticultura, do Instituto Agronômico do Paraná
(Iapar). A produção local ainda é pequena, mas os
estudos desenvolvidos pelo órgão têm servido de base
para implantação de pomares no norte e no noroeste do Estado.
O cultivo é recomendável se os produtores adotarem
as técnicas necessárias para a produção,
ressalta Rui Pereira Leite Jr., pesquisador do instituto.
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A
tangerina Okitsu faz parte do grupo Satsuma, o mais cultivado no Japão.
Seu nome refere-se à antiga denominação da província
de Kagoshima, que fica no sul da ilha de Kyushu. Resultado de uma polinização
controlada, ela foi obtida em 1940 e registrada em 1963 no arquipélago.
É também cultivada em larga escala na Espanha, no Uruguai,
na Argentina e na África do Sul.
As principais
vantagens são o fato de não possuir sementes, de ter resistência
ao frio e ao cancro cítrico, a precocidade na colheita e o preço.
No Rio Grande do Sul, o quilo é vendido a R$ 1,50 e R$ 2, com o
produtor recebendo de R$ 1 a R$ 1,50. A desvantagem é a baixa vida
útil e a fragilidade da casca, impossibilitando o armazenamento
por longo período.
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