Oikawa
em visita a uma escola japonesa |
(Reportagem:
Susy Murakami / Foto: Arquivo Pessoal)
Kenji Oikawa,
médico veterinário, é especialista em piscicultura
de água doce da Emater (Empresa de Assistência Técnica
e Extensão Rural) do Estado do Pará. Filho de imigrantes,
ele chegou ao Brasil em 1955, aos 8 anos de idade, junto com sua família,
e foi morar em Santarém, interior do Pará, onde o pai administrava
uma plantação de pimenta-do-reino. Foi nessa época
que Kenji começou a ter contato com os peixes de água doce.
Suas melhores
lembranças, segundo ele, são as pescarias realizadas junto
com os irmãos e os filhos de pescadores no Rio Tapajós,
onde pegava diversas espécies de peixes, como o jaraqui, tucunaré,
piranha, pacu, traíra e outros.
Em 1969, mudou-se
para Belém. Em 1978, formou-se em medicina veterinária,
pela antiga Faculdade de Ciências Agrárias do Pará.
No ano seguinte, começou os trabalhos na Emater, onde entrou, após
concurso público, e atuou durante dois anos e meio no Projeto de
Extensão Pesqueira.
Desde 1982,
Oikawa vem atuando na aquicultura, particularmente na piscicultura de
água doce, orientando pequenos produtores rurais no segmento da
piscicultura familiar. O pesquisador vem acompanhado, desde 2000, as discussões
que envolvem a criação de um ministério voltado para
a pesca no Brasil. Finalmente, foi criado o tão esperado
ministério, comemora.
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O produto da
pesca é fundamental para a economia no Pará e para a sobrevivência
de parte da população amazônica que vive no Estado.
O potencial hídrico, o clima tropical, com temperatura constante
o ano inteiro, favorecem a região, segundo Oikawa. Não
há nenhuma outra região do planeta tão privilegiada
para o desenvolvimento da aquicultura tropical, afirma o pesquisador.
Em algumas
localidades, porém, a pesca predatória, a poluição,
a construção de barragens e o desmatamento têm causado
a diminuição e até mesmo o desaparecimento de espécies
de peixes, segundo Oikawa. Espécies nobres com valor comercial,
como a pescada, a gurijuba e o pirarucu estão se tornando cada
vez mais difíceis de serem encontradas. Mesmo assim, de acordo
com dados de 2005 do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis), o Pará é o segundo
Estado do Brasil em volume de pesca, ficando atrás apenas de Santa
Catarina.
No início
dos anos 90, em uma tentativa de incrementar a produção
de peixes no Estado, uma grande quantidade de pessoas partiu para a atividade
de aquicultura, principalmente a piscicultura de água doce, aproveitando
a facilidade de financiamentos por meios de bancos oficiais. Na época,
no entanto, a maioria dos empreendimentos fracassou.
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