Walter
Ihoshi*
Diante
do atual cenário qual vive o país, onde nos são
apresentados números negativos que descrevem a nossa economia,
é natural depararmos com análises pessimistas que
colocam muitas vezes em xeque a capacidade do Brasil de se reerguer
da crise.
De
fato, a economia brasileira desandou em 2015. Os números
de emprego (foram 1.542.371 postos de trabalhos com carteira assinada
fechados), inflação (uma taxa registrada pelo IBGE
de 10,62%, a maior desde 2002), Produto Interno Bruto (uma retração
de 3,8%), além da estagnação do crescimento
industrial e o resultado das contas públicas, alertaram
sim para uma evidente preocupação e de muita cautela
para o futuro que virá.
Embora
a estimativa de retomada do crescimento do país não
seja consensual entre economistas, alguns sinais políticos
e econômicos apontam para um cenário menos nebuloso
em 2016. Os analistas, de modo geral, concordam que os desdobramentos
negativos da crise de 2015 e também a superação
dos efeitos colaterais do ajuste fiscal impedem a
previsão de uma retomada do crescimento no curto prazo,
mas apontam para um horizonte mais estável ao final de
2016.
Apesar
do déficit apresentado em muitos setores da economia, vimos
segmentos mostrarem força em meio à crise. Na contramão,
a agroindústria fechou 2015 com um saldo positivo tanto
na produção quanto na geração de empregos.
A safra brasileira registrou uma produção de 209,5
milhões de toneladas, superando em 7,7% a de 2014. Segundo
prognóstico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), a meta para 2016 é um aumento de 0,5% em comparação
ao número apresentado em 2015. Em relação
ao emprego, foram criados 9.821 postos de trabalho, um crescimento
de 0,63%.
Outro
ponto positivo foram as exportações. Em 2015, houve
superávit de US$ 19,681 bilhões, o melhor resultado
desde 2011, revertendo o déficit alcançado em 2014
de US$ 4,054 bilhões. A queda dos preços das commodities,
medidas em dólares, influenciou diretamente o resultado
da balança comercial. Para 2016, a expectativa do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
é que o saldo alcance o patamar de US$ 35 bilhões.
E essa previsão está pautada tanto no bom desempenho
do ano passado, mas também nas dúvidas que pairam
sobre a economia chinesa e nos efeitos da mudança ocorrida
na política monetária americana.
Mas
para bem da verdade, a raiz dos problemas está na política,
na governabilidade e nas consequências da Lava Jato. Mas
não podemos mais ficar à mercê destes acontecimentos.
Temos que fazer a nossa parte e enfrentar a crise saindo da zona
de conforto. É hora de aglutinarmos esforços e nos
atentarmos para uma visão de gestão política
de reconstrução a fim de recolocar o Brasil no eixo
do desenvolvimento.
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