Portal NippoBrasil - OnLine - 19 anos
Segunda-feira, 04 de novembro de 2024 - 21h49
  Empregos no Japão

  Busca
 

SEÇÕES
Comunidade
Opinião
Circuito
Notícias
Agenda
Dekassegui
Entrevistas
Especial
-
VARIEDADES
Aula de Japonês
Automóveis
Artesanato
Beleza
Bichos
Budô
Comidas do Japão
Cultura-Tradicional
Culinária
Haicai
História do Japão
Horóscopo
Lendas do Japão
Mangá
Pesca
Saúde
Turismo-Brasil
Turismo-Japão
-
ESPECIAIS
Imigração
Tratado Amizade
Bomba Hiroshima
Japan House
Festival do Japão
-
COLUNAS
Conversando RH
Mensagens
Shinyashiki
-
CLASSIFICADOS
Econômico
Empregos BR
Guia Profissionais
Imóveis
Oportunidades
Ponto de Encontro
-
INSTITUCIONAL
Redação
Quem somos
-
Opinião - 30/07/2013 - NippoBrasil
Santas Casas na UTI

Walter Ihoshi*

Mais de duas mil Santas Casas de todo o país podem fechar suas portas ainda este ano devido à falta de recursos e o acúmulo de dívidas impagáveis. Apesar dos pedidos de socorro nos últimos anos - intensificada nos últimos meses, a ajuda não chegou. As poucas entidades que receberam doações, emendas parlamentares ou repasse de verba pública não conseguem se reerguer tamanho o rombo de suas contas.

As Santas Casas foram fundadas na colonização do Brasil com a filosofia de servir à população, sobretudo, os mais carentes. Mais de 400 anos após a fundação da primeira, a Santa casa de Misericórdia, elas ainda cumprem esse papel social. A maioria das 4 mil unidades existentes no país utilizam mais de 90% de sua capacidade no atendimento gratuito, embora a legislação exija somente 60%. No Estado de São Paulo, elas respondem por mais de 50% dos leitos públicos.

Mas praticar a filantropia tem sido uma tarefa cada vez mais difícil. Se no passado as Santas Casas funcionavam graças aos voluntários, doações generosas e fortunas deixadas por famílias ricas, hoje, elas dependem basicamente do pagamento do SUS, cuja tabela não é reajustada há pelo menos cinco anos. Essa defasagem é o principal motivo apontado pelas Santas Casas para o colapso generalizado.

A tabela do SUS possui cerca de 4,6 mil procedimentos. Os gestores das Santas Casas pedem 100% de reajuste nos cem principais procedimentos de média e baixa complexidade, como atendimentos de emergência, exames de raio-X e outros exames em geral. O SUS paga, por exemplo, R$ 6,88 por um exame de raio-x, enquanto que os planos de saúde repassam aos hospitais R$ 20,96. Por um eletrocardiograma, o SUS paga R$ 5,15, e os planos, R$ 10. Na prática, para cada R$ 100 que as Santas Casas gastam, o SUS repassa R$ 60. Por causa disso, o setor possui um déficit atual de quase R$ 15 bilhões.

A situação caótica levou as entidades que representam as Santas Casas e hospitais filantrópicos a buscarem apoio do governo federal. Para tentar atenuar os problemas apresentados, no final de junho, o Ministério da Saúde anunciou o envio de um projeto de lei ao Congresso Nacional que cria o PROSUS, um programa de apoio financeiro a essas unidades. Segundo o texto, em um prazo máximo de 15 anos, os débitos das instituições que aderirem ao programa serão quitados. Em contrapartida, os hospitais devem ampliar o atendimento de exames, cirurgias e atendimentos a pacientes do SUS.

Autoridades do setor criticam a medida, pois apesar da boa vontade do governo, este projeto ainda terá que ser debatido e votado na Câmara e no Senado. A aprovação desse programa pode demorar anos. E tempo é o que as Santas Casas menos têm. Elas precisam de uma resposta urgente, e a situação só começará a ser resolvida quando o SUS pagar o valor real dos serviços prestados.

Se as Santas Casas tiverem que reduzir seus atendimentos para diminuir seus custos operacionais ou, na pior das hipóteses, encerrar suas atividades, milhares de brasileiros ficarão desamparados. Primeiro porque 70% das unidades estão localizadas em municípios com até 30 mil habitantes onde, em grande parte, é a única alternativa de atendimento público. E depois porque mais da metade dos procedimentos de alta complexidade no país - como cirurgias de grande porte - são realizadas pelas Santas Casas de Misericórdia.

A criação do SUS é, sem dúvida, uma das maiores conquistas sociais do Brasil. Mas de nada adianta um sistema de saúde copiado por diversos países do mundo se falta investimento para mantê-lo. O que será do SUS se a crise enfrentada pelas Santas Casas não for solucionada? Não é justo ver esses hospitais, principais parceiros do SUS, deixarem a missão que carregam há séculos para trás. Não é justo com a sociedade brasileira, que já padece com a precariedade da saúde pública, ver sua única opção de atendimento fechar as portas. As Santas Casas e hospitais filantrópicos necessitam de ajuda emergencial. Só assim conseguirão sair da UTI.


Keiko Ota, Deputada Federal

* WALTER IHOSHI
Deputado Federal (PSD/SP)
]
 Coluna: Opinião
25/07/2022 - Por Jorge Barcellos
Onde o moderno é ser tradicional
02/12/2021 - Por Juliano Abe
Tá caro, né?
03/04/2020 - Por Hatiro Shimomoto
Crise na saúde
23/11/2016 - Por Junji Abe
Tite, Temer e o Brasil
20/10/2016 - Por Junji Abe
Imposto mata o Brasil
30/08/2016 - Por Junji Abe
Legado dos Jogos Olímpicos
27/06/2016 - Por Junji Abe
Novos desafios
21/06/2016 - Por Junji Abe
Gênero de 1ª necessidade
20/05/2016 - Por Junji Abe
Missão do presente
04/04/2016 - Por Junji Abe
Melhor qualidade de vida
18/03/2016 - Por Junji Abe
Geração perdida
17/02/2016 - Por Walter Ihoshi
Não podemos jogar a tolha
30/12/2015 - Por Junji Abe
Trio do bem
27/11/2015 - Por Junji Abe
Lama da morte
29/09/2015 - Por Junji Abe
Resgate da policultura
14/09/2015 - Por Junji Abe
Terrorismo tributário
12/06/2015 - Por Junji Abe
Dignidade das domésticas
30/04/2015 - Por Junji Abe
Alerta aos aposentados
26/03/2015 - Por Junji Abe
Chega de imediatismo no Brasil
05/03/2015 - Por Junji Abe
Revolta dos caminhoneiros
25/11/2014 - Por Tetsuro Hori
Por que privatizar o sistema de transporte de massa e quais são os principais benefícios
11/04/2014 - Por Walter Ihoshi
A internet e o futuro de um mundo conectado
10/01/2014 - Por Junji Abe
Ranking do Progresso
18/10/2013 - Por Hélio Nishimoto
Para relembrar Hiroshima e Nagasaki
14/08/2013 - Por Hatiro Shimomoto
Bons usos e costumes
para o Brasil
20/07/2013 - Por Walter Ihoshi
Santas Casas na UTI
05/06/2013 - Por Lizandra Arita
Dia das Mães:
Q ue tipo de mãe é você?
19/04/2013 - Por Kunihiko Chogo
Adaptando-se ao jeito
brasileiro de ser
08/12/2012 - Por Keiko Ota
Frente Parlamentar em Defesa das Vítimas de Violência
13/10/2012 - Por Walter Ihoshi
A importância da transparência dos impostos
Por Teruo Monobe
Inflação
Por Teruo Monobe
Equilíbrio fiscal
Por Teruo Monobe
Balança comercial
Por Teruo Monobe
Brasil caro
Por Teruo Monobe
O que se passa
na economia global
Por Teruo Monobe
Discurso de posse
Por Teruo Monobe
2011 e o longo prazo
Por Teruo Monobe
Ano-Novo, tudo
novo em 2011
Por Teruo Monobe
A volta do ouro
Por Teruo Monobe
Novo governo, velho problema
Por Teruo Monobe
Natal gordo
Por Teruo Monobe
Novamente, a Europa em crise
Por Teruo Monobe
Esperando o Plano Dilma


A empresa responsável pela publicação da mídia eletrônica www.nippo.com.br não é detentora de nenhuma agência de turismo e/ou de contratação de decasségui, escolas de línguas/informática, fábricas ou produtos diversos com nomes similares e/ou de outros segmentos.

O conteúdo dos anúncios é de responsabilidade exclusiva do anunciante. Antes de fechar qualquer negócio ou compra, verifique antes a sua idoneidade. Veja algumas dicas aqui.

© Copyright 1992 - 2022 - NippoBrasil - Todos os direitos reservados