A
genialidade de Tadao Ando
Vencedor
do Grande Prêmio Japonês de Arquitetura é
também professor honorário de várias
universidades mundo afora
Atualmente,
Ando é o arquiteto mais destacado do Japão.
Sua fama tem status internacional e seu mais recente
projeto é a transformação ambiciosa
de um museu de arte moderna
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Ele
conseguiu uma proeza. Literalmente, colocou
em uma caixa de concreto a casa do meio de
um conjunto de três residências contínuas
em Sumiyoshi, Osaka. O terreno, de dimensões de
3,6 metros por 12,6 metros de profundidade, tem apenas
45,36 metros quadrados de área. Não havendo
janelas que dão para o ambiente externo, a luz,
a ventilação e os raios solares têm
entrada somente pelo jardim de inverno, que ocupa um terço
da construção.
Para
ir ao toalete ou à cozinha ambos na parte
de trás da construção em dias
de chuva, é necessário se proteger dos pingos.
Dentro de um ambiente ocidental, com paredes revestidas
de concreto, ele buscou a sensibilidade japonesa, utilizando
matérias-primas naturais no acabamento interno
e nos móveis. O assoalho é de pedra e o
uso de madeira nos pisos e móveis visam ao aconchego
da alma.
Tadao
Ando fez isso em 1979. E, com essa construção,
arrematou o maior prêmio da arquitetura japonesa
até então concedido somente a construções
de grande porte, como museus e edifícios. Um ano
após a premiação, a residência,
de propriedade particular, foi mostrada ao mundo e, desde
então, tem sido premiada quase que anualmente no
Japão e no exterior.
A
conquista do prêmio e a projeção internacional
fizeram com que o arquiteto Tadao Ando hoje com
66 anos tivesse seu volume de trabalho aumentado
e se tornasse professor honorário do departamento
de arquitetura de várias universidades pelo mundo
afora. Hoje, ele é o arquiteto mais destacado do
Japão e tem fama internacional. Seu mais recente
projeto consiste em transformar um museu de arte moderna
na Alfândega do mar, uma edificação
do século XV construída na entrada do Mar
de Veneza.
Passado
e presente
Desde antigamente, na região de Kansai, havia casas
residenciais e comerciais chamadas de machiya, cuja frente
é estreita e a profundidade é grande, de
modo que a idéia de jardim de inverno não
é uma novidade. Diz Ando: Consegui enclausurar
toda forma de pensamento sobre casas residenciais tradicionais
e acerca da natureza. E, pelo fato de introduzir a luz,
o vento e a chuva, fatores que praticamente perdemos com
a vida urbana, talvez o espaço consiga transcender
a sua capacidade física. É simples, mas,
na verdade, não o é. Por mais que fisicamente
seja um espaço pequeno, a minha vontade era a de
construir ali uma residência com uma abundância
onde haja a tão imprescindível natureza
dentro daquele microcosmo.
Principais
obras
Tadao Ando ingressou no curso noturno da faculdade de
arquitetura em Osaka. Contudo, deixou o curso, pois não
considerava as aulas interessantes. Levando no bolso o
dinheiro obtido com sua participação em
lutas de boxe amador, Ando viajou pelo mundo contando
com escassos recursos. A paixão pela arquitetura
foi projetada em suas obras posteriores.
Casa da arte do Museu de arte provincial de Hyogo
Construída após o grande terremoto
de Hanshin. Trata-se de um prédio de vidro e
concreto não revestido, que forma um conjunto
com o parque à beira-d´água. No
entorno, enfileiram-se também as casas residenciais
reconstruídas sob seu projeto.
Awaji-Yume-Butai
O local foi uma mina de pedras. Após ter
tirado do local a terra e a areia utilizadas na construção
do aeroporto de Kansai, foi ali construído um
conjunto arquitetônico com jardins e estufas para
recinto de realização das exposições
de flores, a praia das conchas, onde o chão ficou
coberto com nada menos que 1 milhão de conchas,
hotel, igreja, canteiros divididos em cem degraus, teatro
circular ao ar livre no estilo grego, sala para conferências
internacionais etc., sendo o melhor lugar para estudar
as suas obras. É muito elogiado o seu design,
que não se limita a edificações
independentes, mas leva em consideração
a harmonia com a natureza dos arredores.
Templo de Honpukuji Mizumidou
É uma obra original (detalhe em foto na
página ao lado), na qual sob o lago oval, com
40 m x 30 m de medida de lótus construída
em concreto, fica o recinto principal, o que contraria
a imagem tradicional de um templo. Seguindo do centro
do lago e adentrando o subsolo, o ambiente interno recebe
a pintura em vermelho escarlate e, quando penetram os
raios solares, dizem que se tem a sensação
de estar no Paraíso.
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