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Japoneses Notáveis
Matéria publicada no Zashi edição 7 - Março de 2008

Sugihara Chiune: Um exemplo de coragem

Sugihara Chiune marcou a história diplomática mundial ao contribuir
para salvar as vidas de cerca de 6 mil pessoas durante a Segunda Guerra

Um fato histórico inesquecível para a humanidade foi o massacre estimado em 2 milhões de judeus mortos pelas atrocidades nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Igualmente conhecido foi o esforço de muitas nações, grupos e atitudes individualizadas que tentaram salvar as vidas desses judeus. No Japão, entretanto, até a segunda metade dos anos 80, o nome de Sugihara Chiune – um diplomata que, na época, exercia o cargo de cônsul na Lituânia – era completamente desconhecido.

Origem e ingresso na vida diplomática

Sugihara nasceu no ano de 1900, em Yaotsu-cho, na província de Gifu. Seu prenome, Chiune, significa Chi = 1000 e Une = elevação de terra, tal como campo elevado, colina, morro, cordilheira – algo grandioso. Os estrangeiros tinham dificuldade em pronunciar “Chiune” e, por isso, ele permitia ser chamado de Sembo. Desejando trabalhar no exterior, Sugihara cursou inglês em 1918, na Faculdade de Educação da Universidade de Waseda. Contudo, após um ano, deixou a faculdade e foi a Harbin, na China, como bolsista do Ministério de Assuntos Estrangeiros, onde estudou o idioma russo. Em 1924, foi admitido como funcionário do referido Ministério. Em 1932, foi para o Departamento Diplomático da Mandchúria. Seu conhecimento do idioma russo foi muito útil e ele demonstrou grande habilidade diplomática nas negociações com a Rússia sobre a Cessão da Ferrovia da Mandchúria. Porém, foi em 1939 que ele se tornou cônsul em Kaunas, Lituânia.

Vistos que significaram as vidas de 6 mil pessoas

No verão de 1940, muitos países da Europa se encontravam sob domínio do exército alemão e o número de judeus que fugiam dos nazistas aumentou muito. Os judeus em fuga da Polônia para Lituânia chegaram em massa nos consulados e embaixadas de cada país, em busca do visto de trânsito.

Inicialmente, Sugihara, o cônsul em exercício, também emitia vistos, mas somente para uma ou duas pessoas que se enquadravam nas exigências. Contudo, ao conversar com os flagelados, compreendeu a situação geral e, considerando ser uma questão humanitária, solicitou ao Ministério a autorização para emissão de vistos emergenciais – no entanto, a resposta foi negativa. Sugihara teria, então, desde o dia 25 de julho de 1940, até o fechamento do Consulado, em 5 de setembro, num período de pouco mais de um mês, preenchido 6 mil vistos.

Homenagem

Aos 85 anos, Sugihara foi homenageado por Israel com o Prêmio Personalidade de Justiça Dentre os Cidadãos de Diversas Nações. “Minha atitude talvez estivesse incorreta do ponto de vista de um diplomata. Mas eu não podia deixá-los morrer. Como ser humano, minha atitude foi correta”, declarou o ex-diplomata, falecido em 1986.

*JAPONESES NOTÁVEIS é uma seção produzida pelas professoras da Aliança Cultural Brasil-Japão
Akiko Kurihara, Hiroko Nishizawa e Kurenai Nagahama, com tradução de texto de Akiko Kurihara e Arísia Noguchi.

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