Sugihara Chiune: Um exemplo de coragem
Sugihara
Chiune marcou a história diplomática mundial
ao contribuir
para salvar as vidas de cerca de 6 mil pessoas durante
a Segunda Guerra
Um
fato histórico inesquecível para a humanidade
foi o massacre estimado em 2 milhões de judeus
mortos pelas atrocidades nazistas durante a Segunda Guerra
Mundial. Igualmente conhecido foi o esforço de
muitas nações, grupos e atitudes individualizadas
que tentaram salvar as vidas desses judeus. No Japão,
entretanto, até a segunda metade dos anos 80, o
nome de Sugihara Chiune um diplomata que, na época,
exercia o cargo de cônsul na Lituânia
era completamente desconhecido.
Origem
e ingresso na vida diplomática
Sugihara nasceu no ano de 1900, em Yaotsu-cho, na província
de Gifu. Seu prenome, Chiune, significa Chi = 1000 e Une
= elevação de terra, tal como campo elevado,
colina, morro, cordilheira algo grandioso. Os estrangeiros
tinham dificuldade em pronunciar Chiune e,
por isso, ele permitia ser chamado de Sembo. Desejando
trabalhar no exterior, Sugihara cursou inglês em
1918, na Faculdade de Educação da Universidade
de Waseda. Contudo, após um ano, deixou a faculdade
e foi a Harbin, na China, como bolsista do Ministério
de Assuntos Estrangeiros, onde estudou o idioma russo.
Em 1924, foi admitido como funcionário do referido
Ministério. Em 1932, foi para o Departamento Diplomático
da Mandchúria. Seu conhecimento do idioma russo
foi muito útil e ele demonstrou grande habilidade
diplomática nas negociações com a
Rússia sobre a Cessão da Ferrovia da Mandchúria.
Porém, foi em 1939 que ele se tornou cônsul
em Kaunas, Lituânia.
Vistos
que significaram as vidas de 6 mil pessoas
No verão de 1940, muitos países da Europa
se encontravam sob domínio do exército alemão
e o número de judeus que fugiam dos nazistas aumentou
muito. Os judeus em fuga da Polônia para Lituânia
chegaram em massa nos consulados e embaixadas de cada
país, em busca do visto de trânsito.
Inicialmente,
Sugihara, o cônsul em exercício, também
emitia vistos, mas somente para uma ou duas pessoas que
se enquadravam nas exigências. Contudo, ao conversar
com os flagelados, compreendeu a situação
geral e, considerando ser uma questão humanitária,
solicitou ao Ministério a autorização
para emissão de vistos emergenciais no entanto,
a resposta foi negativa. Sugihara teria, então,
desde o dia 25 de julho de 1940, até o fechamento
do Consulado, em 5 de setembro, num período de
pouco mais de um mês, preenchido 6 mil vistos.
Homenagem
Aos 85 anos, Sugihara foi homenageado por Israel com o
Prêmio Personalidade de Justiça Dentre os
Cidadãos de Diversas Nações. Minha
atitude talvez estivesse incorreta do ponto de vista de
um diplomata. Mas eu não podia deixá-los
morrer. Como ser humano, minha atitude foi correta,
declarou o ex-diplomata, falecido em 1986.
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