|  
               (Dr. 
                Luciano de Souza Aranha Carvalho*) 
                Asma é 
                uma doença crônica das vias aéreas, com obstrução 
                do fluxo de ar reversível espontaneamente ou com tratamento.
               Existe a presença 
                de inflamação com participação de 
                muitas células, em particular eosinófilos e mastócitos, 
                com aumento da reatividade das vias aéreas e uma variedade 
                de estímulos (hiper-responsividade brônquica).
               Clinicamente, 
                manifesta-se com episódios recorrentes de sibilância 
                (chiado no peito), dispnéia (falta de ar) e tosse.
               A importância 
                do diagnóstico correto e seu tratamento se baseiam em vários 
                aspectos que vão desde a presença de sintomas que 
                prejudicam o cotidiano do asmático, limitando sua vida, 
                até a possibilidade de morte durante uma forte crise aguda.
               Asma é 
                uma doença conhecida desde a Grécia antiga, há 
                mais de 2.500 anos, mas sua crescente incidência, principalmente 
                em crianças (hoje, no Brasil, a prevalência está 
                em torno de 15%), tem contribuído para maior estudo e, 
                conseqüentemente, uma melhora no diagnóstico e tratamento.
               Sintomas 
                 O diagnóstico da Asma é clínico e inclui 
                vários sintomas que devem ser questionados ou percebidos 
                pelo médico, tais como: tosse persistente ou episódica 
                associada com chiado no peito e falta de ar, freqüentemente 
                estão presentes à noite ou pela manhã, ao 
                acordar ou ainda após esforços. 
              É importante 
                lembrar que muitos desses sintomas iniciam-se após exposição 
                a algum fator desencadeante, entre eles poeira domiciliar, fumaça 
                de cigarro, vapores químicos, perfumes, mudanças 
                de clima, pêlos de animais, pólen de plantas, gripes, 
                resfriados e alguns medicamentos. 
              Também, 
                em alguns casos, nenhum desses sintomas estão presentes, 
                mas há um desconforto torácico, como um aperto no 
                peito. 
              Para complementar 
                o diagnóstico, deve-se obrigatoriamente afastar outras 
                possibilidades. Para isso, alguns exames são necessários: 
                radiografia de tórax, prova de função pulmonar 
                e testes alérgicos. 
              Tratamento 
                 A Asma é classificada como leve, moderada e grave, 
                e todas as formas clínicas devem ser tratadas a fim de 
                se evitar a cronicidade da inflamação. Esta leva 
                a uma limitação não reversível do 
                fluxo de ar, além de limitações físicas 
                e sociais, assim como crises agudas graves que podem levar à 
                morte. 
               O tratamento 
                é baseado em 3 princípios: 
              
                 1. Educação 
                  do Paciente: ensiná-lo sobre a doença, suas formas 
                  clínicas e opções corretas de intervenção, 
                  mesmo sem a presença médica; 
                2. Profilaxia 
                  Ambiental: detectar através de experiências clínicas 
                  e testes alérgicos as principais substâncias desencadeantes 
                  do processo inflamatório, para evitar a exposição 
                  a estas substâncias; 
                3. 
                  Uso de Medicamentos: anti-histamínicos, broncodilatadores, 
                  anti-leucotrienos, corticóides, que devem ser usados 
                  combinados ou não por via oral e/ou inalatória, 
                  de forma a inibir o processo inflamatório. 
               
               Esses 3 princípios 
                se complementam e são coordenados pelo médico que 
                assiste o paciente. Para que isso se concretize, é fundamental 
                as visitas ao médico planejadas para o tratamento, mesmo 
                que o paciente sinta-se sem queixas. 
           |