O 4º
Simpósio do Movimento Político Nikkei, organizado
pelo empresário e ex-deputado estadual Hatiro Shimomoto,
aconteceu neste dia seis de dezembro, na Federação
das Associações de Províncias do Japão
no Brasil (kenren), no bairro da Liberdade, em São Paulo.
Os destaques desta edição foram: a importância
da divulgação dos trabalhos dos políticos
aos seus eleitores e a necessidade de concentração
de votos.
O evento,
divido em duas partes (uma palestra e um debate), visa promover
o fortalecimento e a união dos políticos nikkeis
com os representantes de associações nipo-brasileiras.
O simpósio acontece a cada três meses.
Neste
4º simpósio compareceram: o vice-prefeito de Guaratinguetá/SP,
Régis Yasumura (PTB); o vereador de São Paulo, Rodrigo
Hayashi Goulart (PSD); o vereador de São Paulo, George
Hato (PMDB); e o assessor do vereador Aurélio Nomura (PSDB),
Diogo Miyahara. O tema da palestra foi - A valorização
dos políticos nikkeis na comunidade e nas associações
nipo-brasileiras, com a participação de dois palestrantes:
José Taniguti, presidente do Wakayama Kenjinkai e Vice-Presidente
do Kenren; e Roberto Nishio, presidente da Fundação
Kunito Miyasaka e vice-presidente do Bunkyo de São Paulo.
A
palestra
Iniciando
a apresentação, José Taniguti, presidente
do Wakayama Kenjinkai, agradeceu os vereadores e destacou a importância
do trabalho dos políticos nikkeis em relação
a realização dos eventos da comunidade. A exemplo
da entidade Kodomo-no-Sono, da qual foi presidente, Taniguti relembrou:
"precisávamos constantemente da ajuda dos políticos
para a realização do festival (da entidade), antes
chamado de Bazar Beneficente. E precisávamos melhorar.
Se não fosse a ajuda da prefeitura, através da Spturis,
não conseguiríamos realizar (o evento) da forma
grandiosa como fazemos atualmente". Ele relevou ainda, a
preferência por políticos descendentes de japoneses:
"com um político nikkei nós temos uma identificação
imediata. É mais fácil ir pedir a alguém
que tenha semelhanças, do que para aqueles que não
têm comprometimento nenhum com a comunidade". E concluiu:
"gostaríamos de ter bastante representantes, mas é
necessário saber concentrar os votos para que eles possam
ser eleitos e nos representar, defendendo nossos interesses".
Em contrapartida, Taniguti se comprometeu a tentar ajudar mais
os candidatos políticos.
O palestrante
Roberto Nishio, por sua vez, comentou também o grande apoio
recebido pelos políticos para poder realizar os eventos
no ano do Centenário da Imigração Japonesa,
porém, ele informou que, atualmente, não tem tido
muito contato com os políticos eleitos. Para Nishio, é
necessário ter mais divulgação sobre os trabalhos
que os políticos desenvolvem em seus mandatos para poder
apoiá-los: "precisamos saber o que os políticos
estão fazendo. Eles poderiam enviar boletins, por exemplo."
Referente
a dar exclusividade a um candidato pela associação,
Nishio classificou como uma missão muito difícil:
"no caso do Bunkyo, que tem cerca de dois mil associados,
não teria como ter unanimidade na escolha de apenas um
candidato". E propôs então, a contribuir na
divulgação dos trabalhos do político, como,
na aprovação de um projeto de lei, a entidade poderia
divulgar essa conquista. "Nós temos no Brasil, 500
entidades nipo-brasileiras, e a maioria no estado de São
Paulo. O que podemos fazer, é tentar contribuir com os
políticos divulgando suas atividades ou tentar influenciar".
Mas, segundo ele, "os políticos também precisam
se aproximar mais das entidades".
Para
o ex-deputado Hatiro Shimomoto, há essa necessidade de
aproximação da comunidade com os políticos,
e os políticos com a comunidade. Igualmente importante,
é a concentração de votos em alguns nomes.
Shimomoto volta a comentar neste simpósio sobre o excesso
de candidatos políticos nikkeis. "Na eleição
passada foram 60 candidatos para a esfera estadual e federal e,
dentre eles, foram eleitos apenas um deputado federal e dois deputados
estaduais. Alguns candidatos tiveram votação expressiva,
em torno de 60 mil votos, faltando apenas 500 ou 2 mil, mas não
aconteceu, porque houve pulverização desses votos",
lamentou.
O
debate
O debate
teve como temas:
1)
continuar defendendo a Maioridade Penal aos 15 anos;
2)
referente aos presos - eles precisam trabalhar e, sua renda
dividida em: 50% para poupança e 50% para enviar à
família. Pois o pai preso, acaba prejudicando a família
e a sociedade; e por fim,
3)
o uso obrigatório de uniforme escolar do primário
até o colegial.
Uma
outra sugestão apresentada no dia, foi de combater, principalmente,
os receptadores de produtos e de cargas roubadas e a falta de
punição a esses receptadores.
Segundo
o vereador Rodrigo Goulart, na cidade de São Paulo, o uso
do uniforme já é obrigatório.
No
fim do evento, Hatiro Shimomoto presenteou os participantes com
um exemplar do livro "Bandeiras e Hinos Brasileiros",
de sua autoria. Um livro bilingue Português-Japonês.
O livro foi inicialmente impresso em 1979 e, mais amplamente em
1988, na ocasião do 80º aniversário da Imigração
Japonesa no Brasil, com distribuição de 40 mil exemplares
aos imigrantes acompanharem o Hino Nacional, no estádio
do Pacaembu, em São Paulo.
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