O deputado
federal Junji Abe (MDB-SP) quer fazer valer em todo Brasil uma
legislação que já vigora no Estado de São
Paulo. Trata-se da chamada Lei do Jaleco, que proíbe
médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde
de usarem jaleco fora do ambiente de trabalho. Com igual objetivo
de evitar riscos de contaminação por micro-organismos
instalados nas vestimentas e levados de um local a outro, ele
apresentou um projeto de Lei (10.126/2018).
Quase
a totalidade dos jalecos médicos pode estar contaminada
com bactérias perigosas, como a Staphylococcus aureus,
principal responsável pelas infecções hospitalares.
Foi o que mostrou uma pesquisa da PUC-SP Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, publicada em
setembro de 2010. Mais tarde, em 2014, a mesma bactéria
foi encontrada em 50% das amostras coletadas durante pesquisa
desenvolvida no curso de enfermagem das Faculdades Integradas
Teresa DAvila, na cidade paulista de Lorena.
Junji
usou a tribuna da Câmara nesta terça-feira (22/05/2018)
para pedir a rápida tramitação e aprovação
do projeto. Jalecos e aventais médicos são equipamentos
de proteção individual que devem ser utilizados,
exclusivamente, em hospitais e ambientes de trabalho de saúde,
como ressaltou o deputado. Podem ser um forte vetor da propagação
de doenças que, de outro modo, ficariam confinadas ao espaço
de atuação desses profissionais, alertou,
acrescentando que, conforme o estudo da PUC-SP, os micro-organismos
podem sobreviver entre 10 e 98 dias em tecidos como algodão
e poliéster, os mais comuns nessas vestimentas.
O uso
do jaleco, ponderou o parlamentar, cumpre a função
de preservar o paciente de micróbios e bactérias
que o profissional de saúde traz da rua, assim como de
proteger o próprio médico e outros agentes de saúde
no contato com quem está doente, além de resguardar
o conjunto da população. Logo, não
faz sentido circular com as vestimentas fora do hospital, do ambulatório,
da unidade de saúde onde trabalha.
Em
função do pouco tempo disponível para o pronunciamento
cerca de 3 minutos, Junji entregou o discurso para registro
na Casa. Como não se pode admitir uma lei natimorta por
não prever punições, observou o deputado
informando que quem desrespeitar a proibição estará
sujeito à multa de R$ 500, que dobra em caso de reincidência.
Ao mesmo tempo, antecipou, é indispensável que a
regulamentação da pretendida legislação
traga eficientes formas de fiscalização e da eventual
aplicação da penalidade, acompanhada da respectiva
campanha educativa.
Ao
justificar o projeto, Junji fez questão de frisar que não
tem, nem de longe, o propósito de causar qualquer
tipo de incômodo aos admirados profissionais da área,
geralmente, com tempo escasso e assoberbados de trabalho. A
ideia é unir forças em prol de um bem maior,
sintetizou e apontou: a vida dos pacientes e o bem-estar
da população. Ele reiterou que a meta é
contribuir para prevenir um dos inúmeros meios de contaminação
e não dispensa nenhum outro cuidado, como o mais
simples, que é o de lavar corretamente as mãos.
Para
finalizar, o parlamentar adicionou que o projeto visa regulamentar
o uso das vestimentas e buscar uma mudança de comportamento
por parte dos profissionais da saúde para evitar o aumento
dos riscos de disseminação de micro-organismos causadores
de doenças, já que a legislação vigente
não proíbe o uso dos trajes fora do ambiente de
trabalho.
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