(Fonte
e foto: www.walterihoshi.com)
Um dos símbolos
da cultura milenar do Japão foi tema de uma audiência
- ocorrida no dia 26/5 - no Consulado Geral japonês em São
Paulo: a culinária. Preocupada em preservar a fidelização
às práticas e técnicas no preparo dos alimentos
que a diretoria da Associação Brasileira de Gastronomia
Japonesa (ABGJ) se reuniu, sob intermediação do
deputado federal Walter Ihoshi (PSD/SP), com o Cônsul-Geral
Takahiro Nakamae para buscar parcerias institucionais com órgãos
do governo oriental afim de obter um selo de qualidade aos restaurantes
aqui no Brasil.
Para o presidente
da ABGJ, Flávio Nakaoka, nos últimos anos no país
houve uma expansão dos restaurantes japoneses. Com tal
crescimento, foi detectado a necessidade de preservar as raízes
da milenar culinária japonesa, evitando assim a descaracterização
e perda de sua tradição.
"A culinária
é uma das principais formas de contato com a cultura de
um país e, com o Japão, não poderia ser diferente.
O que queremos é apenas uma certificação
aos estabelecimentos para o que for oferecido aos clientes sejam
fidedignos à história do Japão. Não
é apenas um prato de comida. É cultura", ressaltou
Nakaoka.
Em 2013, a
Organização das Nações Unidas para
Educação, Ciência e Cultura, a UNESCO, considerou
a gastronomia japonesa como Patrimônio Cultural Intangível
da Humanidade. A iniciativa se deu para que, mesmo que a culinária
sofra adaptações de acordo com a realidade de cada
país, seja mantido o respeito às tradições
do Japão.
A sugestão
da ABGJ é criar uma comissão para estabelecer critérios
sem inibir a criatividade de outras culturas no desenvolvimento
e inovação da culinária japonesa. "A
gastronomia do Japão sofreu muitas inovações
em diversos países. Umas deram certas. Outras, não.
Queremos apenas uma ajuda para chegarmos sempre próximos
à técnica de preparo", pontuou Nakaoka ao acrescentar
que muitas dessas novidades são importadas pelo Japão
para que sejam feita em seus restaurantes.
O Cônsul-Geral
Takahiro Nakamae demonstrou apoio à questão discutida,
mas alertou que essa fiscalização nos restaurantes
brasileiros devem ser feitas pelas autoridades locais. "A
certificação deve vir de uma autoridade brasileira,
pois o governo japonês não pode intrometer-se em
questões do Brasil. Mas podemos sim cooperar para que haja
essa fidelização à nossa cultura oriental",
afirmou.
Defensor da
cultura tradicional do Japão, o deputado Ihoshi disse que
este trabalho será muito além de uma certificação,
mas uma oportunidade para trabalhar de forma intensa para o intercâmbio,
treinamento e aprendizado às informações
entre os dois países. "Será uma troca de conhecimento.
Cooperação técnica e cultural", disse.
Estiveram
também presentes na reunião a Cônsul-Geral
Adjunta, Hitomi Sekiguchi, os vices-presidentes da ABGJ, Gerson
Kenji Aikawa e Keiji Kato, e a diretora de Gestão e Qualidade,
Mary Sugimoto.
A Associação
Brasileira de Gastronomia Japonesa é uma entidade sem fins
lucrativos, fundada em maio de 2017, que busca promover e proteger
a memória cultural japonesa, ressaltando a importância
da diversidade e equilibrando a essência do tradicional
com a criatividade do contemporâneo.
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