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Kiriko (Vidros laminados)
 
Fotos: Divulgação / Arquivo NB

Continuam os dias quentes. Utilizando recipientes de vidro nas refeições para atenuar a falta de apetite provocada por esse calor e ressaltar o frescor, além de embelezar a apresentação, temos a impressão de que até melhora o apetite. No Japão também há uma refinada técnica de lapidação de belos cristais, nada inferior aos cristais de Baccarat, mundialmente conhecidos.


O que é Kiriko de Edo?

O vidro já existia no Japão desde antigüidade. Surgiram no século 13 também os vidros coloridos, mas, em detrimento da cerâmica, não foram produzidos em grande quantidade. Adentrando no século 17, com a chegada de técnicas do Portugal e da Holanda, foram produzidos os cristais de chumbo, surgindo assim o vidro incolor e transparente, sendo então fabricado como um produto de alto luxo. No século 19 iniciaram-se principalmente em Edo e Satsuma as técnicas de lapidação em vidro, surgindo então um grupo de profissionais denominados de artesãos do vidro. No século 20 passaram a ser produzidos objetos de vidro por sistema de automação.

Kiriko consiste na técnica de lapidação de vidros, sendo iniciado por um artesão de Edo chamado Kagaya no Kyuubei. Ele aprendeu as técnicas avançadas de fabricação de vidro em Nagasaki e Osaka, onde havia conhecimentos mais avançados. Com experiência, abriu uma casa de vidros em Edo, passando a produzir óculos, termômetros, densímetros, etc.

Em 1834, Kyuubei conseguiu com sucesso produzir um recipiente de vidro com superfície trabalhada, utilizando um esmeril, o que foi considerado o início de kiriko de Edo. A técnica de Kiriko de Edo está hoje presente na vida das pessoas em forma de taças para saquê, copos para água, pratos e utensílios para cerimônias de chá, como um dos tradicionais artesanatos do Japão. Os desenhos são geralmente de plantas estilizadas (crisântemos ou folhas de cânhamo) ou ainda estampagem de objetos de uso cotidiano como trançados de balaios, paliçadas, treliças, etc.

Kiriko de Edo utiliza uma técnica em que cobre uma camada de vidro transparente com outra de vidro colorido, como vermelho, azul-violeta, violeta, verde, azul, esculpindo sobre ele. Atualmente a lapidação é feita com brocas elétricas, mas antigamente eram utilizadas máquinas movidas principalmente à força humana ou de moinho d’água. As lapidações são profundas, nítidas e vistosas.

Um copo para saquê custa em torno de 5 mil ienes e pratos podem ser adquiridos a partir de aproximadamente 15 mil ienes.


Kiriko de Satsuma

Em 1840 a China perde a Guerra do Ópio. Os feudos do Japão, que se sentiram ameaçados, se vêem obrigados a fortalecer as economias do país e as forças bélicas, adotando medidas de fomento industrial. Especialmente Shimazu Nariakira, senhor feudal de Satsuma, construiu na periferia de Kagoshima uma região industrial chamada Shuseikan, onde instalou forno de revérbero necessário para fabricação de canhões, forno de fundição, fábrica de vidros, etc.

Dizem que o início de Satsuma Kiriko se deu quando em 1846 foi chamado de Edo um profissional em vidros de Kagaya para fabricar recipientes para remédios e outras vasilhas. Ele passou a fabricar visando exportação como produto especial do feudo, tendo no auge cerca de 100 funcionários. Entretanto, a fábrica foi destruída num incêndio no final do período feudal, após funcionar por um curto período de algumas dezenas de anos, não sendo reconstruído após isso. Devido a isso, objetos em Satsuma Kiriko da época são considerados de antiquário, sendo de difícil alcance para os populares devido ao seu preço.

A grande peculiaridade de Satsuma kiriko é a técnica chamada de bokashi (esbatimento de cores) em que se produz uma graduação de cores. Cobrindo uma camada de cristal transparente com uma camada espessa (1 a 3mm) de vidro colorido e esculpindo em ângulos rasos, a linha divisória entre as duas camadas ficam pouco nítidas gerando um efeito de graduação de cores. Assim se realiza a técnica chamada de bokashi. As seis cores que mais realçam esta técnica são: o vermelho, o vermelho-dourado, o anil, o verde, a violeta e o amarelo.

Deve ser maravilhoso utilizar nas refeições recipientes de kiriko, com belas cores e lapidações. O Museu de Arte Suntory em Tóquio possui a maior coleção dessas obras de arte. Visite-o sem falta quando estiver no Japão.


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