(Foto:
Bebel Ritzmann/Divulgação)
Um projeto de
resgate de peças do navio Kasato Maru vai fortalecer as relações
entre o Paraná e a Rússia. O primeiro secretário
da Embaixada da Federação da Rússia no Brasil,
Yuriy Mozgovoy, ressaltou a importância do intercâmbio
científico entre as nações na assinatura do
termo de cooperação científica para o resgate
das peças do navio em 16 de fevereiro, em Curitiba, entre
representantes do Instituto Tecnológico e Ambiental do Paraná
(Itapar) e da Sociedade Geográfica da Rússia (SGR).
O Kasato Maru
trouxe os primeiros imigrantes japoneses ao Brasil em 1908 e afundou
em águas russas em agosto de 1945, após ser bombardeado
por aviões daquele país.
A expedição
exploratória vai iniciar em maio deste ano na Península
de Kamchatka, onde o navio afundou, e envolverá universidades
russas e brasileiras. Estudantes e professores de universidades
brasileiras serão convidados pelo Itapar para integrar o
projeto. Várias entidades e órgãos governamentais
da Rússia - como especialistas em objetos de São Petersburgo,
especialistas em hidrologia, e da universidade estatal de Moscou
e universidade de Kamchatka, além da Federação
de Mergulho da Rússia - participam da empreitada.
O resgate das
peças do navio está previsto para começar entre
julho e agosto deste ano. Depois de resgatadas, as peças
serão tratadas, catalogadas e certificadas pelo Ministério
da Cultura da Rússia. Antes da chegada prevista a Curitiba,
em 2017, as peças serão expostas em museu na Rússia.
Os estudantes e professores russos e brasileiros vão também
fazer pesquisas na área ambiental e posteriormente publicar
artigos em conceituadas revistas científicas. Uma das
peças poderá ser enviada para Kobe, pois foi do porto
daquela cidade que partiram os imigrantes japoneses para o Brasil,
informou o presidente do Itapar, Acef Said, que tem origem japonesa
(a mãe nasceu em Osaka) e que desde 2011 vem trabalhando
para concretizar o projeto do Kasato Maru.
Segundo Said,
o projeto de resgate das peças do Kasato Maru é um
grande anseio da comunidade nipo-brasileira e representa todo o
sonho, esperança e dedicação dos japoneses
que vieram ao Brasil. Ele ressaltou ainda o caráter científico
do projeto e afirmou que foi fundamental o apoio da Embaixada da
Rússia ao Brasil para se chegar à assinatura do termo
de cooperação.
Para o vice-presidente
da Sociedade Geográfica Russa, Sergey M. Fazlullin, a expedição
vai abrir uma nova página na história e nas relações
entre o Brasil e a Rússia. Eu considero uma chance
feliz o projeto que começamos a implementar, disse
Fazlullin, que informou ainda a participação de colegas
da Rússia e da Grã-Bretanha antes da assinatura do
termo de cooperação científica com o Brasil.
O projeto envolve também a Grã-Bretanha, pois o Kasato
Maru é um navio construído na Inglaterra e comprado
pela Rússia em 1900.
Segundo o diretor
executivo da Sociedade Geográfica da Rússia, Dimitri
Aleksandrov, a execução dos trabalhos que envolvem
o projeto do Kasato Maru vão permitir a abertura de novas
páginas na história e na memória das novas
gerações, o que servirá para um bom pretexto
para o desenvolvimento das relações da Rússia
e do Brasil.
O termo foi
assinado via skype pelo presidente do Itapar, Acef Said, e pelo
diretor executivo da SGR, Dimitri Aleksandrov e o vice-presidente
da entidade russa, Sergey M. Fazlullin, além da participação
de Yuriy Mozgovoy, que representou o embaixador da Federação
da Rússia no Brasil, Sergey Akopov. O termo de cooperação
teve a autorização do Ministério das Relações
Exteriores da Rússia e do Ministério da Cultura da
Rússia. O projeto tem apoio de diversas entidades representativas,
dentre elas, a Câmara de Comércio Brasil-Japão.
O Itapar é a única entidade credenciada e autorizada
pelo governo da Rússia a participar e coordenar a expedição
científica de resgate das peças do Kasato Maru.
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