(Fonte
e foto: Agência Brasil)
A presidenta
Dilma Rousseff e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe,
disseram, neste dia 01/08, após reunião no Palácio
do Planalto, que pretendem elevar ao nível de parceria estratégica
global as relações diplomáticas entre os dois
países, intensificando os contatos de alto nível políticos
e econômicos. "Examinamos a trajetória do comércio
bilateral que ultrapassou em 2013 a casa dos US$ 15 bilhões
e reafirmamos nossa firme determinação de apoiar sua
ampliação e diversificação, sobretudo
do lado das exportações brasileiras, ainda muito concentradas
em produtos básicos", disse a anfitriã.
Abe lembrou
que o Brasil abriga a maior comunidade nipônica fora do Japão
e destacou que o país é "potência-chave"
no relacionamento com a América Latina. A relação
entre os países completará 120 anos em 2015. Segundo
o primeiro-ministro, o mercado brasileiro oferece grandes oportunidades
de investimentos e as companhias japonesas veem isso como muita
expectativa. Por fim, frisou que os dois países compartilham
princípios como a democracia, preservação do
meio ambiente e a defesa da reforma do Conselho de Segurança
da Organização das Nações Unidas (ONU).
A presidenta
Dilma disse que pediu ao primeiro-ministro a suspensão do
embargo à carne bovina brasileira termoprocessada e agradeceu
a abertura do mercado japonês, em 2013, para a carne suína
de Santa Catarina. A presidenta relatou que, durante a reunião
com o chefe de Governo do Japão, ambos reconheceram a crescente
importância do papel da segurança cibernética
na agenda global e destacaram o papel da ONU na resolução
de conflitos internacionais. Os dois reforçaram à
imprensa a importância a reforma da organização,
incluindo a reestruturação do Conselho de Segurança.
Após
o encontro entre a presidenta Dilma Rousseff e o primeiro-ministro,
vários atos foram assinados entre os governos dos dois países
e também entre empresas e bancos. Entre os governos, foram
trocadas cartas de intenção para cooperação
mútua sobre questões ambientais e de sustentabilidade
relacionadas a desastres naturais, à ciência do mar
e à saúde, visando à cooperação
em áreas como regulação farmacêutica,
sistemas públicos de saúde, políticas e estratégias
de promoção de estilos de vida saudável e medicina
preventiva.
O Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o
Banco do Japão também assinaram memorando de entendimento
para cooperação internacional na promoção
de investimentos no Brasil por empresas japonesas de pequeno e médio
portes e identificação de projetos de interesse comum.
Na área
empresarial, um dos principais acordos foi assinado entre a Petrobras,
a Nippon Export and Investment Insurance e o Banco Mizuho, para
empréstimo e acordo suplementar de seguro para projeto de
construção de plataforma de petróleo, no valor
de US$ 500 milhões para a construção de oito
cascos de navios-plataforma de petróleo. A Universidade Federal
de Pernambuco (UFPE) e o Conselho da Ihi Corporation também
assinaram memorando de entendimento para cooperação
no ensino de engenharia naval na instituição.
No setor
privado, a Amaggi, a Nippon Export and Investiment Insurance e a
Sumitomo Mitsui Banking Corporation assinaram acordo de empréstimo
e acordo suplementar para projetos agrícolas de produção
de soja, milho e outros grãos, no valor de até US$
200 milhões.
A companhia
brasileira Vale e a Japan Oil, Gas and Metals Coorporation firmaram
memorando de entendimento para fortalecer a cooperação
na área de mineração e finalizar o projeto
de Xixano em Moçambique, cooperação em carvão
e tecnologia de minas. Com o Banco do Japão, a Vale assinou
memorando de entendimento para financiamento de projetos de mineração
de ferro, carvão e outros minerais.
Mais
cedo, durante encontro, promovido pela Confederação
Nacional da Indústria (CNI), entre Abe e gestores brasileiros
e japoneses, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse que a
empresa estuda fazer investimentos conjuntos com o Japão
em Moçambique, como a construção de uma ferrovia
de 912 quilômetros de extensão e um porto de água
profunda em Nakala. Segundo ele, após a conclusão
das obras, o país africano deixará de ser importador
de alimentos para se transformar em exportador, estimando investimentos
de US$ 9 bilhões nos próximos cinco anos.
Após
o encontro no Planalto, Dilma ofereceu um almoço no Palácio
Itamaraty em homenagem ao primeiro-ministro japonês. À
tarde, Abe se dirigiu à Embaixada do Japão em Brasília
e no dia 02, foi para São Paulo, para se encontrar com a
integrantes da comunidade japonesa e com executivos brasileiros
e dirigentes de empresas japonesas. Cerca de 1,6 milhão de
cidadãos com origem japonesa vivem no Brasil, a maioria no
estado de São Paulo. No Japão, está a terceira
maior comunidade brasileira fora do país, com quase 200 mil
pessoas.
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