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Em defesa da educação e da dignidade dos imigrantes
 

Sawai está em busca de uma saída
jurídica para a questão educacional
Quem é Isao Sawai
Sul-coreano naturalizado japonês há mais de dez anos, o advogado Isao Sawai concluiu o mestrado em Direito pela Universidade Chuo em dezembro do ano passado. Sua paixão pela cultura brasileira, que começou na época da universidade, levou-o a se envolver com as questões trabalhistas dos brasileiros e também a iniciar a prática do brazilian jiu-jitsu há três anos.

(Reportagem e Foto: Yoko Fujino/NB)

Antes mesmo de obter a licença para atuar como advogado no Japão, o sul-coreano naturalizado japonês Isao Sawai, 33, já tinha empatia pelo Brasil. Desde o ano passado, seu envolvimento com os brasileiros passou a ser maior, quando ele se dispôs a ajudar a comunidade a buscar uma saída para o problema da educação.

Sawai dá consultas sobre assuntos jurídicos à recém-criada Network Nacional dos Brasileiros no Japão, além de fazer parte de outras duas entidades nas quais há mais advogados coreanos e profissionais naturalizados.

Em sua opinião, o governo central deve dar mais apoio e ajuda aos brasileiros, para que esse grupo possa alcançar sua independência. Mas ele acrescenta que, para isso, os brasileiros também precisarão trabalhar muito unidos e não perder sua identidade.

 
Entrevista

Por que o senhor se interessou pelos problemas dos brasileiros?
Isao Sawai:
Desde a universidade, eu já tinha interesse pela cultura brasileira. Mas, no verão passado, durante um simpósio sobre estrangeiros, eu soube dos problemas enfrentados pelas escolas brasileiras. Fiquei interessado no assunto e passei a me concentrar nesse tema. Com a onda de demissão em massa, os problemas só se agravaram desde então. As escolas começaram a perder seus alunos. Se tivéssemos mil japoneses fora das salas de aula, a imprensa iria tratar a questão como um fato alarmante. Mas, como se trata de crianças estrangeiras, ela aborda o assunto simplesmente como algo curioso.

Que tipo de dados foram coletados até o momento?
Sawai:
Por exemplo, uma escola brasileira em Saitama que tinha 120 alunos em dezembro, hoje, tem cerca de 20. Na província de Kanagawa, as duas escolas brasileiras que funcionam em Atsugi e em Yamato perderam metade de seus alunos. Estive nas províncias de Gifu e Shiga e vi que, nessas regiões, a situação também é crítica.

Como o senhor avalia o plano de apoio aos estrangeiros anunciado pelo comitê liderado pela ministra Yuko Obuchi?
Sawai:
A medida relacionada à educação propõe apenas que os brasileiros devem estudar em escolas públicas. O documento exclui as escolas brasileiras. Isso é um problema. O governo tem a obrigação de garantir aos pais o direito de escolher onde seus filhos vão estudar. É por isso que, na minha opinião, os estabelecimentos de ensino brasileiros deveriam fazer parte desse plano. Os brasileiros querem ficar mais tempo no Japão. Por isso, é importante manter as escolas brasileiras e introduzir as aulas de japonês no currículo. Elas precisam ser adaptadas de acordo com o regulamento do ensino japonês. É esse ponto que enfatizo.

Houve alguma resposta concreta até o momento?
Sawai:
Ainda não. Estou coletando os dados. Justamente para isso, no dia 14 de março, distribuí questionários na escola brasileira de Atsugi (Kanagawa) para saber a opinião das pessoas sobre a educação. Acredito que, como advogado, também posso dar apoio aos pais que perderam emprego, oferecendo orientação, verificando se a demissão não infringiu a lei e quais são seus direitos. Ainda em março, vou defender o processo trabalhista de um brasileiro perante a Corte do Distrito de Yokohama. Esse mesmo movimento deve ocorrer também em Shizuoka. O processo judicial deve ser realizado para levarmos ao conhecimento dos japoneses a gravidade dos problemas que os brasileiros estão enfrentando. Estou vendo também um meio de transformar o problema da educação em um processo judicial.

Um grupo de coreanos no Japão é contra a implantação do novo sistema de registro de estrangeiros que o governo está estudando. Qual é a sua posição?
Sawai:
O novo registro vai exigir dados pessoais, como tipo de visto, validade, local de trabalho, composição familiar e outras informações que não são solicitadas aos japoneses. Se for assim, eu também sou contra a implantação desse tipo de registro.

Quais são os méritos e as desvantagens desse sistema?
Sawai:
Se fizermos um balanço geral, acho que esse sistema tem mais vantagens do que desvantagens. Mas poderia causar constrangimento, por exemplo, quando o estrangeiro precisar citar a profissão. Quem está desempregado não ficará à vontade para falar de sua situação. Esse tipo de informação não é exigido de um japonês.

Os formados nas escolas coreanas são aceitos nas empresas japonesas?
Sawai:
Desde que tenha o domínio da língua japonesa, a pessoa não deveria encontrar problema para se empregar. Eu, particularmente, não tive problemas desse tipo, porque vivia como um cidadão japonês, mas presenciei muitos casos de discriminação contra coreanos que não conseguiram emprego por causa de sua nacionalidade.

Há semelhanças entre o caso dos coreanos e o dos brasileiros?
Sawai:
Sim, há muitas semelhanças. O estrangeiro que sempre conviveu com japoneses, como eu, não encontra dificuldades. Mas os que estudaram nas escolas coreanas, mesmo que falem o idioma perfeitamente, não se misturam aos japoneses. A situação é muito similar à da comunidade brasileira no Japão.

Como encurtar a distância entre japoneses e brasileiros?
Sawai:
Para criar uma sociedade de bom convívio, é necessário que os japoneses mudem sua forma de pensar e procurem se aproximar dos brasileiros. Também é importante os brasileiros aprenderem o idioma japonês, se a intenção for permanecer no país, além de se esforçar para se entrosar com os moradores locais. Outra coisa importante: evitar a dispersão da comunidade. Os brasileiros precisam se unir para buscar a melhoria de suas condições de vida.

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