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“Tenho orgulho de minha gente”
O embaixador André Amado deixa Tóquio; em entrevista exclusiva,
ele fala sobre os dekasseguis e o centenário

Amado: mais joint
ventures Brasil–Japão

(Reportagem: Redação/ipcdigital.com | Foto: Fátima Kamata/ipcdigital.com)

Brasil e Japão estão em lua-de-mel. E o melhor momento dessa relação centenária acontece neste ano, marcado por festas e muita disposição mútua para negociar, de tratados comerciais a projetos para a comunidade.

Um dos principais papéis nessas intermediações é desempenhado pelo embaixador André Amado, à frente da chancelaria em Tóquio desde outubro de 2005. No final deste mês de setembro, ele passará o bastão a seu sucessor, Luiz Augusto Castro Neves, atual embaixador na China.

O titular em Tóquio voltará a Brasília para assumir o comando da recém-criada Subsecretaria de Assuntos de Energia do Itamaraty. No retorno ao Brasil, André Amado diz que levará muitas boas lembranças do Japão. Uma, em particular, é muito especial e se chama Helena.

 
Entrevista

Até que ponto as comemorações do centenário da imigração ajudaram a impulsionar as relações bilaterais?
Um dos maiores problemas no relacionamento entre os países é o desconhecimento sobre o outro. Acho que as comemorações têm essa preocupação de ampliar o conhecimento mútuo.

Conseguiremos manter o nível de diálogo e atenção obtidos com o centenário tão logo o ano acabe?
Espero que saibamos redinamizar isso. Lógico que será diferente. Não haverá mais o artifício fácil das comemorações do centenário, mas haverá o mais importante, que é a parceria estreitada entre Brasil e Japão. Não queremos mais ser compradores ou vendedores; queremos ser parceiros do Japão. Queremos maiores investimentos, joint venture, coordenações em termos de política externa. Isso é o que dois países que se ombreiam devem fazer.

Aos olhos das autoridades e da sociedade japonesa, o Brasil alcançou patamar mais elevado?
As comemorações são um pano de fundo. As relações entre Brasil e Japão, em seu contexto mais profundo, continuaram se desenvolvendo muito bem. A Petrobras, com esse primeiro importante investimento no Japão, que foi a compra da refinaria Nansei Sekiyu, em Okinawa, poderá criar uma ponte para o futuro lançamento do etanol. Em termos de comércio, o Brasil e o Japão aumentaram muito os seus fluxos.

O que ficou pendente da sua agenda de trabalho para o diplomata que irá sucedê-lo?
Todo embaixador gosta de dizer que ‘depois de minha chegada, tudo se modificou’. Mas isso não é verdade. Antes de eu chegar, Brasil e Japão já tinham recebido um impulso extraordinário por conta das visitas do premiê Junichiro Koizumi ao Brasil e do presidente Lula ao Japão. Esses dois eventos criaram uma densidade que só pude ajudar a consolidar em muitos aspectos e a dinamizar em outros.

As discussões sobre previdência e educação avançaram?
Incrivelmente. E aí eu tenho de reconhecer e agradecer as autoridades japonesas. O Japão incorporou o estrangeiro à sua sociedade. Os japoneses têm sensibilidade para os problemas dos outros. No caso da previdência, eles aceitaram negociar esse que era um tema tabu.

O que acha das discussões que estão ocorrendo sobre mudanças na Lei da Imigração?
Antes, é bom esclarecer que não nos interessa que os brasileiros saiam do Brasil. Quem quiser convidá-los a vir para cá, que defina os termos. O que precisamos é garantir que o brasileiro seja bem tratado e que tenha as oportunidades que todos terão. Agora, em que termos a sociedade vai decidir isso cabe a ela decidir. Se for contrário ao interesse do brasileiro, reagiremos. Se não for, vamos aplaudir.

Mudou muito o perfil da comunidade desde que o senhor assumiu a Embaixada?
Desde que cheguei aqui, ouvia que o brasileiro é trabalhador, muito procurado pelos empresários japoneses. E eu, pessoalmente, tenho uma admiração monstruosa pelos brasileiros. É de uma imensa coragem você sair de seu país e aqui comportar-se de uma maneira tão elevada como eles se comportam.

Como avalia o tempo em que ficou no Japão?
Queria ter ficado mais. Na carreira diplomática, ser embaixador em Tóquio, em si, já é um privilégio pela importância que o Japão tem no Brasil. Nas circunstâncias de estarmos comemorando o centenário da imigração, esse privilégio ficou dobrado. Pude aproveitar uma série de impulsos para trabalhar melhor temas de interesse do Brasil.

Qual será a maior lembrança que o senhor levará do Japão?
A lembrança é minha filha, Helena, que nasceu em julho. Obviamente que tudo o que penso e sinto em relação ao país estará sempre acrescido por essa inigualável lembrança. Ela terá sempre no passaporte como lugar de nascimento, Tóquio, Japão.

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