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Caderno Entrevista

“Brasil sairá da crise antes do Japão”, diz Horisaka
Uma das maiores autoridades japonesas em economia brasileira,
professor também alerta os dekasseguis
 

(Reportagem: Helena Saito / ipcdigital.com | Fotos: Ricardo Hara/RH Fotografias/Arquivo NB)

O Japão foi um dos primeiros países a sentir os efeitos da crise econômica mundial; o Brasil, um dos últimos. Mas, em ambos os casos, não há como prever até quando a maré baixa nas finanças vai durar. Essa é a opinião de Kotaro Horisaka, especialista em economia e política brasileira e professor da Universidade de Sofia em Tóquio.

Para Horisaka, o Brasil deve se recuperar antes do Japão – isso porque o primeiro é menos influenciado pela economia norte-americana. Quanto aos brasileiros no Japão, o professor pede cautela. Ele diz que planejamento a longo prazo é essencial.

Quem é Horisaka
Nascido em Tóquio, Kotaro Horisaka, 56, é, atualmente, diretor do Instituto Ibero-Americano da Universidade Sofia e autor de vários livros. Quando tinha 11 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro com a família, onde morou por cinco anos. Depois de ter se formado pela Universidade Cristã Internacional de Tóquio (ICU), começou a trabalhar, em 1970, no jornal Nihon Keizai, nos setores industrial e de assuntos internacionais. Esteve em São Paulo como correspondente entre 1978 e 1982. Desde 1983, leciona na Universidade Sofia. É autor de diversos livros, entre eles Brasil em fase de mudança e a reestruuração da democracia e economia (1987) e Nova Era do Brasil (2004) (títulos traduzidos do japonês), entre outros.
 
Veja, a seguir, o que Horisaka tem a dizer sobre a crise
econômica e como ela está relacionada ao Brasil e aos dekasseguis.
 

International Press: Em uma palestra em 2008, o senhor disse que o Brasil é um dos países de maior potência global. Essa consideração ainda é válida?
Kotaro Horisaka:
Evidentemente, houve uma grande mudança no cenário econômico mundial. Em meio a essa situação, a previsão era de que o Brasil não seria muito atingido. Mas isso mudou em outubro, quando houve um grande impacto, principalmente nos setores automobilístico (entre as principais montadoras nacionais) e agrícola (como entre os produtores de Mato Grosso que não conseguem financiamento por causa da queda dos preços de mercadorias e do aumento do valor do adubo). Sabemos também que a Vale, do setor siderúrgico, foi atingida com a desvalorização de commodities no mundo. Ninguém pode prever até quando essa situação vai durar. Para alguns analistas, a economia japonesa poderia se recuperar no segundo semestre de 2009, mas a maioria acha que a recuperação só começará em 2010.

O que é preciso observar para analisar a crise?
Horisaka:
Precisamos prestar atenção em como o Brasil vai mudar depois da definição da situação econômica mundial e de que forma será a recuperação da economia brasileira nos próximos dois ou três anos. Também temos de ficar de olho nas questões relacionadas ao comércio exterior. Desde 2000, o volume de exportação cresceu rapidamente, resultando em superávit comercial ao Brasil. Um outro aspecto é o rápido crescimento da China, que se tornou um novo mercado para as commodities do Brasil. Por essas razões, a dependência dos Estados Unidos é relativamente pequena. O que chama a atenção é o aumento do mercado nacional de consumidores, em função do aumento do salário mínimo e também de gasto familiar. Ainda não temos noção de quanto a crise financeira americana vai afetar esse novo mercado de consumo.

Como ficará a relação comercial entre Brasil e Japão?
Horisaka:
Acho que deve se tornar difícil por um certo período, principalmente no setor de minério e alumínio, que teve uma queda de 8,1% em novembro – o pior índice registrado desde 1953. Por causa da incerteza econômica, os japoneses estão adotando a cautela. Para sobreviver, eles devem fazer uma reestruturação momentânea. Por essa razão, a crise é bastante drástica, o que leva os empresários a tomar medidas rigorosas. Uma delas é reduzir a importação e cortar funcionários, como ocorre com os brasileiros.

Atualmente, muitos brasileiros no Japão estão deixando o país. O que tem a dizer sobre isso?
Horisaka:
São muitos desafios. Um deles é o comportamento dos brasileiros em condições diversificadas, isto é, há aqueles que têm família, outros que são solteiros. A forma de atendê-los tem de ser diferenciada. O segundo ponto é o desafio das empresas que contratam os brasileiros. Se a crise terminar em pouco tempo, elas irão enfrentar a falta de mão-de-obra. As empresas que adotaram uma medida drástica perderão a confiança dos brasileiros, que, certamente, não se sentirão seguros em voltar a trabalhar em companhias assim. O terceiro desafio é entre as regiões nas quais há grande concentração de estrangeiros. Os japoneses dessas cidades conseguiram aprender a se relacionar com eles. Com o excesso de mão-de-obra e as demissões em massa, isso talvez alavanque o aumento do índice de criminalidade.

Qual deve ser a postura dos brasileiros agora?
Horisaka:
O importante é fazer plano a curto, médio e longo prazo. Não há uma única solução, isso porque cada um está em situação distinta. É claro que, nas questões de emprego, é necessária a cooperação do governo, das empresas e também da comunidade local.

Há discriminação contra os estrangeiros por parte do governo?
Horisaka:
Infelizmente, sim. A recessão causou aflição à política japonesa, o que deixou os estrangeiros em segundo plano. Por isso, não se deve esperar receber ajuda do governo central.

As medidas tomadas diante da crise seriam diferentes se fosse um outro primeiro-ministro no lugar de Taro Aso?
Horisaka:
O problema econômico atual não é uma questão individual de Taro Aso, ao contrário, é da forma da política japonesa após a Segunda Guerra. Com outro governo, poderia haver apenas uma pequena diferença nas medidas políticas. O importante é como será o dinamismo do setor privado a partir de agora, assim como dos governos regionais.

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