Por
Kátia Sattomura /NippoBrasil
O Japão
é o país das oportunidades não só
para os descendentes interessados em trabalho. Para quem estuda
e busca aperfeiçoamento curricular, bolsas de estudo são
oferecidas periodicamente pelo governo. Duas delas são
destinadas via associações de províncias
sediadas no Brasil, a Kenpi Kenshu e a Kenpi Ryugaku.
Dos
47 kenjinkais (associações de províncias),
em 2019, 22 mantêm o programa de bolsas, contra 13 que tiveram
corte do Japão e 12 que não responderam ao balanço
feito pela Federação das Associações
de Províncias do Japão no Brasil (Kenren).
O conhecimento
do idioma japonês no nível intermediário é
requisito para os candidatos da maioria das províncias
com bolsas ativas. "Tem que ter pelo menos o nível
3 (de proficiência) e, para Iwate, até 30 anos. No
mês que vem, vamos abrir as inscrições para
apenas uma bolsa de estudo. A pessoa precisa ser da nossa província
e, o aprovado, fica seis meses no Japão. 92 pessoas já
foram bolsistas e estarão listadas no livro que preparamos
sobre a história do nosso kenjinkai", diz Hiroaki
Chida, presidente da Associação Cultural e Assistencial
Iwate Kenjinkai do Brasil.
Para
2020, a Associação Aichi do Brasil enviará
dois bolsistas para o Japão. O período de inscrição
já encerrou (em julho) e a seleção consiste
de prova em português e japonês, e entrevista. "Não
adianta só saber falar, precisa ler e escrever ao menos
em hiragana. Aichi só aceita provincianos e paga toda a
despesa", avisa sr. Kobayashi.
De
outro lado, provincianos que tiveram corte do programa de bolsas
de estudo lutam para reverter a situação. Desde
2008, a Associação Beneficente dos Provincianos
de Osaka Naniwa-kai não embarca bolsistas e a justificativa
dada pelo governo japonês é sempre "falta de
verba". "Não é por falta de pedir. Reiteramos
que nunca fomos atendidos", afirma Nilza Shimohirao.
A mesma
frustração tem os provincianos de Saga. O programa
de bolsas foi interrompido em 2015 e, além da falta de
dinheiro destinado pelo Japão, a ausência de candidatos
contribuiu para o resultado negativo. Segundo o presidente Minoru
Nishiyama, "arranjar candidato já estava complicado".
"No começo, mandávamos dois, depois um e até
não ter mais. Mas agora tentamos criar um novo programa,
um intercâmbio, para crianças. Elas gostando, puxam
os pais para o kenjinkai. Atualmente, temos 200 associados, mas
só 30 ativos", conta.
Bolsas de estudo
- Os dois tipos de bolsas oferecidos por associações
que contam com financiamento japonês são:
Kenpi
Kenshu - Destinada principalmente para o aperfeiçoamento
profissional. É um estágio técnico realizado
em empresas privadas ou instituições públicas
da província.
Kenpi
Ryugaku - Bolsa de estudo e pesquisa em universidades do Japão
aos descendentes de japoneses formados em curso superior. O principal
objetivo é a formação de cidadãos
que tenham condições de implantar novas raízes
no desenvolvimento econômico, tecnológico e cultural
do país e, consequentemente, o fortalecimento dos laços
de amizade entre os dois países.
Outros
tipos de bolsas - Além das bolsas de províncias,
o Japão, através do Ministério da Educação,
Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia, oferece seis diferentes
bolsas de estudo para estrangeiros: Pesquisa (Pós-Graduação),
Graduação, Escolas técnicas superiores, Curso
profissionalizante, Treinamento para professores do ensino fundamental
e/ou médio, e Língua e cultura japonesa. Cada oferta
tem seu pré-requisito e nível de conhecimento do
idioma japonês.
O Japão
oferece bolsas de estudo ao Brasil, desde 1956.
Para
saber o contato da província de sua família em São
Paulo, acesse: http://www.kenren.org.br/kenjinkais/
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