Infelizmente, muita gente ainda pensa que defesa defende e ataque ataca.
Você já viu o que acontece a um time de futebol quando os
atacantes se concentram somente no gol, os zagueiros mantêm os olhos
na defesa e os armadores ficam esperando a bola chegar no pé? Esse
time, inevitavelmente, é derrotado. Ou seja, a vitória só
vem quando todos estão integrados: os 11 jogadores procuram marcar
gol e, ao mesmo tempo, evitam o gol do time adversário, sem descuidar
de sua posição.
Um time estruturado apenas em cima de talentos não garante o campeonato.
É preciso ter preparação. No último jogo da
Copa de 1998, por exemplo, o Brasil perdeu para a França, apesar
de ter melhores jogadores em campo. A França, mesmo sendo inferior
no quesito talentos individuais, soube construir suas vitórias.
Tinha uma equipe com visão estratégica e todos lutavam por
um só objetivo. A mesma situação pode se repetir
agora, no suntuoso Campeonato Espanhol. Há grandes chances de a
equipe do Real Madri, com os galáticos, não
levar a taça.
O problema é que há muitos jogadores que ainda imaginam
que os atacantes atacam, os zagueiros defendem, o meio de campo coordena
as jogadas e o técnico comanda o time, estabelecendo a melhor estratégia
para vencer o jogo. Todos têm de participar em todas as posições.
Até o goleiro está colaborando para marcar gols quando lança
a bola rapidamente para o atacante.
Do mesmo modo ocorre com a defesa ou quando o zagueiro sobe para fazer
um gol de cabeça nos escanteios. Outro exemplo é o vôlei.
Antigamente, havia a defesa, o ataque e os levantadores. Agora, todo mundo
ajuda no bloqueio, na recepção e no ataque. Todos têm
um objetivo comum.
Na empresa, a situação não muda. Todos participam
em todos os setores, com o mesmo objetivo: pontuar. Ou seja, vencer a
concorrência. Na posição de ataque, estão os
setores de venda e marketing. São os responsáveis por trazer
dinheiro para a empresa. Mas de quem é a responsabilidade de fazer
gols? De todos!
A produção e o setor financeiro trabalham na defesa do
time: controlam o fluxo de caixa, mostram o lucro, fabricam o produto,
etc., respondendo pela saúde física da organização.
Só que, na verdade, criar lucros é trabalho de todos.
Já o meio de campo é composto por gerentes. São
eles que integram todos os setores e visualizam o momento de recuar ou
de seguir em frente. A hora exata de criar ou esperar. E, finalmente,
chegamos ao técnico: os empresários e a diretoria, que planejam,
estabelecem prioridade e organizam a estratégia do jogo.
Um profissional de sucesso é aquele com visão estratégica,
que motiva e é motivado, que é líder e cria. Está
totalmente sintonizado com as metas e os princípios da empresa.
E assim deve ser, do presidente ao faxineiro, todos absolutamente comprometidos.
A frase Cumpri minha Parte, tão inofensiva em outros
tempos, não funciona mais. Precisamos driblar o adversário.
Não podemos perder a bola do pé. Você sabe, bola na
trave não vale nada. O que conta é aquela que passa no cantinho
do gol: veloz e certeira. Aquela que deixa o goleiro desconcertado e faz
a torcida vibrar. Depois, é só correr para o abraço.
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