Parafraseando
Sigmund Freud: “ Não somos apenas o que pensamos ser.
Somos mais; somos um pouco de tudo o que passamos e vivenciamos:
Lembranças,
experiências, tristezas, alegrias, enganos e, principalmente, emoções”
Apesar dos
anos de experiência nas costas e por via de consequência,
com uma certa imunização a situações tais,
ainda assim me deparo com momentos onde o conflito razão
x emoção surge de forma incômoda.
Sabemos que
com a emoção decidimos pelo coração,
pensamos nas coisas boas e alegres que pode nos proporcionar, nos prazeres
e mesmo nas tristezas que experimentamos. Já, a razão
nos faz refletir e ponderar em nossas decisões, pensando no certo
e no errado e nas consequências.
A dualidade
razão e emoção costuma
estar presente no dia-a-dia de qualquer pessoa. Quantas vezes na nossa
vida vivemos este conflito? Escolher entre tomar atitudes baseadas em
razão ou em emoção. Muitas vezes postergamos decisões
por medo de sofrermos com as nossas escolhas ou nos arrependermos delas.
Imagine na empresa na qual trabalha ter que demitir um colaborador seu,
alguém com o qual você convive há muitos anos e nutre
uma certa simpatia, mas que não vem correspondendo às expectativas
do cargo. Sabe que ele tem família, precisa do emprego, mas sabe
que a empresa necessita de um profissional mais eficiente e capaz. É
uma decisão dura. Na nossa vida, temos que fazer escolhas quase
que todos os dias e algumas são difíceis como esta.
Na área
de seleção também , com frequência, somos colocados
em situações no mínimo desconfortáveis. Mesmo
, após mais de 30 anos entrevistando pessoas para vários
níveis de cargos, chegamos a conclusão que selecionar não
é tarefa para amadores. Encontrar profissionais para postos de
trabalho requer técnica, maturidade, visão estratégica,
diagnóstico situacional e comportamental e ... sensibilidade. Mesmo
assim, não se pode garantir total acerto na escolha, porque trabalhamos
com pessoas, que são seres humanos, emocionais, e não máquinas
robotizadas à margem de qualquer fórmula de avaliação,
por mais avançadas que sejam.
Existiria uma
medida para tais situações? Nem tudo na vida precisaria
ser levado ao extremo; é possível, sim, usarmos com parcimônia
tanto a razão como a emoção ao tomar decisões
importantes na nossa vida.
Chegamos a
conclusão que a razão e a emoção não
são conceitos antagônicos e podem ser complementares e muitas
vezes colaborativos. Devemos nos preocupar, sim, de utilizar o bom senso
e o espírito crítico para as nossas decisões, mas
sem perder o lado natural e humano que temos em nós.
O
equilíbrio nas atitudes é , no mínimo, ter paz de
espírito
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