Fonte:
www.climatempo.com.br
O uso
de máscaras se tornou obrigatório em muitas regiões
da China desde o começo do surto do novo coronavírus.
Outros países estão seguindo o exemplo, como a Áustria,
que anunciou nesta semana a obrigatoriedade do uso de máscaras
em todos os supermercados do país.
Ao contrário
do que muitos pensam, a máscara serve mais para proteger
as pessoas ao redor de quem a está usando do que propriamente
quem está de máscara. Como os sintomas demoram para
aparecer, praticamente todo mundo é considerado um potencial
portador do vírus.
Portanto,
a lógica por trás da obrigação de usar
uma máscara é: se todos aderirem a ela, diminuirá
o risco geral de infecção.
A máscara
cirúrgica, que cobre a boca e o nariz, é usada principalmente
por médicos e assistentes para não infectar pacientes
na mesa de operação. Quando quem está usando
a máscara tosse ou espirra, a maior parte das gotículas
expelidas permanece na máscara.
No entanto,
isso só funciona no longo prazo se a máscara for trocada
regularmente e descartada de forma higiênica e segura. Na
sala de cirurgia, a máscara deve ser trocada pelo menos a
cada duas horas. A mesma máscara usada várias vezes
pode perder rapidamente a sua função.
Máscaras
de tecido também devem ser trocadas com frequência
e lavadas com água quente para que os vírus não
sobrevivam.
Proteção
eficaz é uma combinação de fatores
Quem
usa a máscara pode se proteger de uma possível infecção
através de gotículas e secreções que
saem da boca quando outra pessoa espirra ou tosse, mas de forma
muito limitada. Geralmente, o vírus entra no corpo pela boca,
o nariz ou pelos olhos, e por isso, a higiene das mãos desempenha
um papel importante.
A máscara
cirúrgica, combinada com protetor ocular, serve mais como
um lembrete constante para evitar levar as mãos ao rosto
do que para proteger o usuário de gotículas portadoras
do vírus.
Máscaras
que oferecem melhor proteção
Além
das máscaras cirúrgicas, há também as
máscaras que filtram o ar - tanto na versão descartável,
feita a partir de fibra de celulose com um elemento filtrante e
uma válvula expiratória, quanto de material sintético,
à qual é acoplado um filtro.
Elas
também são usadas em hospitais quando profissionais
da saúde entram em contato com pacientes com doenças
altamente infecciosas, e são usadas juntamente com outros
EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), como protetor
ocular, luvas, aventais e macacões descartáveis.
De acordo
com as normas da União Europeia, estas máscaras são
divididas em três classes de proteção - o chamado
fator FFP (Filtering Face Pieces - Peças Faciais Filtrantes,
em português).
Máscaras
com nível de proteção FFP-1 são melhores
do que as máscaras cirúrgicas, mas não oferecem
a proteção desejada contra vírus. Elas são
úteis, por exemplo, para as pessoas que trabalham com serralheria,
carpintaria ou marmoraria, pois interceptam poeiras mais grossas.
Apenas
máscaras da classe FFP-3 protegem o usuário de vírus,
bactérias, fungos e, quando usadas corretamente, até
de substâncias altamente tóxicas, como o amianto.
Em razão
da atual escassez dessas máscaras, o Instituto Robert Koch,
responsável pelo controle e prevenção de doenças
na Alemanha, aconselha, se necessário, o uso de máscaras
FFP-2 no caso de doenças infecciosas - algo que, no entanto,
é controverso entre médicos.
Orientações
da Anvisa
No Brasil,
as máscaras seguem a regulamentação da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Além das tradicionais
máscaras cirúrgicas encontradas em farmácias,
as máscaras com filtro - também utilizadas pelos profissionais
de saúde para a proteção contra gotículas
e aerossol - são os tipos N95, N99, R95 ou PFF2.
No dia
21 de março, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) publicou uma nota orientando os profissionais
da saúde a utilizarem máscaras N95 ou equivalentes
por um período maior que o indicado pelos fabricantes, desde
que o objeto esteja em bom estado, limpo e seco.
Ainda
de acordo com o comunicado, a Agência não orienta o
uso de máscaras vencidas, mas indica o uso além do
prazo de validade designado pelo fabricante. Isso porque muitos
desses produtos têm indicação de descarte a
cada uso. A indicação é necessária,
já que muitos profissionais relatam baixos estoques para
atender os pacientes graves em UTIs.
Como
dito anteriormente, mesmo usando a máscara com filtro, a
proteção só funciona em conjunto com outras
medidas, ou seja, o cuidado rigoroso de higiene ao vestir os acessórios
de proteção. Além disso, a limpeza e o descarte
seguro de todos os itens utilizados durante o tratamento de pacientes
com covid-19, a doença respiratória provocada pelo
novo coronavírus, são de igual importância.
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