(Fonte e imagem:
Divulgação)
Na mostra, com
o título Desdobras, o artista apresenta 45 obras produzidas
nos últimos cinco anos, sobre diversos suportes. São
pinturas sobre tela, pinturas sobre papel, fotografia, monotipia
e desenhos. A exposição tem curadoria de Carlos Zibel
e acontece no Espaço Cultural Humanar, na Barra Funda, com
abertura em 9 de Novembro de 2017, às 19 horas.
Núcleos
expositivos - Desdobras está organizada em três
núcleos expositivos, três instâncias de fruição
estética, que demandam do espectador diferentes distancias
e oferecem experiências e envolvimentos únicos. Elas
se somam e se complementam, potencializando os sentidos que as obras
contêm e proporcionam melhor compreensão da contribuição
do artista.
Um desses núcleos
expositivos, com mais da metade dos trabalhos expostos, tem uma
série de pinturas de grandes dimensões em técnica
mista sobre tela, elaboradas em épocas diversas e agora reunidas
em vista da contribuição especifica no conjunto da
mostra.
São telas
que falam de temas variados, diretamente ligados a momentos cotidianos
de Ayao Okamoto. Os títulos que ele deu às obras são
pistas muito interessantes para a compreensão pelo espectador.
Três exemplos:
- "Charcoal
Blues" fala de jazz americano de qualidade - sendo que música
é elemento fundamental no processo de trabalho do artista.
- "Sutra
do Girassol" faz referência às múltiplas
influências que o artista absorveu do movimento da contracultura
(Kerouac, Ginsberg, Leary, Joplin...).
- "Caverna"
é uma reflexão do artista sobre as marcas indeléveis
do traço e do desígnio nas paredes.
Outra instância
expositiva é "Noturnos da Periferia", conjunto
de pinturas sobre papel. São fruto de reminiscências
da juventude do artista, de grande riqueza pessoal e cultural. Nesses
trabalhos Ayao retoma a espacialidade urbana, ao mesmo tempo em
que desenvolve uma iconografia e uma técnica próprias.
A terceira via
dessa mostra é um conjunto de diggigravuras, monotipias gravadas
em fotocopiadora. Para sua criação Ayao mergulhou
em numa investigação plástica original, não
apenas em sua própria obra mas, especialmente, na forma e
nas condições (ou melhor, nas restrições)
de produção plástica. Negativos fotográficos
dos anos 1940, que Ayao encontrou ao acaso, foram revelados e trabalhados
em máquina fotocopiadora avariada, que por conta disso contribui
com "imperfeições". Imperfeições
que o artista articula, criando uma nova e poderosa realidade onírica.
São como que um registro do passado sonhado...
Dobra, redobra,
desdobra - Palavras do artista Ayao Okamoto sobre o conceito
desta sua nova exposição:
"Desdobras
é um contínuo ato de dobrar e desdobrar formas de
interação entre o artista e o conjunto das criações.
Pensar a dobra, a redobra e a desdobra significa a tentativa de
se propor poéticas visuais. Criar espaços e formas,
cores, texturas, manchas, riscos, marcas intencionais/acidentais
em processos múltiplos de transformação é
a atividade mesma do artista."
Forte, luminoso,
profundo - Trecho do texto do curador Carlos Zibel no catálogo
da exposição:
Filho intelectual
das tensões do mundo Pós Guerra Fria e da Contracultura
florescente dos anos 60 e 70, o artista Ayao Okamoto traz em suas
pinturas e desenhos marcas da vivência humana intensa através
da qual conquistou plástica, poética e linguagem próprias
de excelência. (...) Da formação acadêmica
na FAAP, centro privilegiado da arte contemporânea em São
Paulo, em efervescência nos meados dos anos 70 quando Ayao
lá estudou, ao doutorado em Poéticas Visuais pela
ECA-USP, o artista passa pela erudição prática
e reflexiva de muitas das principais escolas de pensamento moderno
como o pós-impressionismo de Cèzanne (da Ponte de
Maincy) e contemporâneo como o abstracionismo informal de
Cy Towmbly, passando pela colagem elegante de Braque e a pintura
matérica de Tàpies. (...) A mostra Desdobras com pinturas
sobre tela recentes de Ayao Okamoto, incluindo a bela série
de pinturas sobre papel "Noturnos da Periferia", em diálogo
com uma seleção de obras mais antigas, nos revela
um artista ainda mais forte, luminoso e profundo. Um artista plástico
brasileiro essencial.

Foto
Mariana Jacinto |
O artista
- O nissei Ayao Okamoto, paranaense de Assaí, é
graduado em Artes pela FAAP-Fundação Armando Álvares
Penteado, e Mestre e Doutor pela ECA/USP-Escola de Comunicações
e Artes da Universidade de São Paulo. É artista visual,
designer e professor universitário. Têm obras em acervos
de museus, coleções públicas e particulares.
Desde 1976 participa de exposições individuais e coletivas
no Brasil e no Exterior. Entre outras: "Superfícies"
(2015), O Sítio, Florianópolis; "Entre Dois Mundos
- Arte Contemporânea Japão-Brasil" (2014), Museu
Afro Brasil, São Paulo; "Memória Suspensa"
(2009), Caixa Cultural, Brasília; "Laços do Olhar"
(2008), Instituto Tomie Ohtake, São Paulo; "Meditation
/ Integration" (1997), Plaza Gallery, Japão; "Pinturas
Recentes" (1996), Mônica Filgueiras Galeria de Arte,
São Paulo; "Pinturas" (1985), Galeria Macunaíma-Funarte,
Rio de Janeiro.
Arte contemporânea
- O Espaço Cultural Humanar, em atividade há pouco
mais de um ano, é um escritório de arte dedicado a
projetos de arte contemporânea, aberto também a eventos
e a manifestações de outras áreas da produção
cultural.
Serviço
Exposição Desdobras de Ayao Okamoto
Onde: no
Espaço Cultural Humanar (Rua Brigadeiro Galvão 996,
Barra Funda, São Paulo/SP - Estação Barra Funda
do Metrô)
Quando:
Abertura - dia 9 de Novembro de 2017, das 19 às 23 horas
e visitação até dia 9 de dezembro - às
quartas, quintas e sextas, das 13h às 19h, e sábados
e feriados, das 11h às 18h.
Mais informações: humanar.art.br
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