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SEMPRE ZEN
Matéria publicada no Zashi edição 11 - Julho de 2008

O fruto da diligência
Nada é mais doce que o fruto do trabalho, mas só há fruto quando há trabalho.
Essa é a verdade coletiva da vida cotidiana

(Por Venerável Mestre Hsing Yun*)

Onde há trabalho árduo, nada é impossível.
Onde há diligência, há benefícios.
Nada é mais doce que o fruto do trabalho, mas só há fruto quando há trabalho. Ainda que tenhamos um pedaço de terra fértil, a colheita só será possível se diligentemente ararmos a terra e plantarmos as sementes. Essa é a verdade da vida cotidiana.

Comportamento antiético

Se nos recusarmos a enxergar a verdade na causalidade e insistirmos em tirar proveito do trabalho árduo dos outros, além de acabar nos tornando um peso para a sociedade, prejudicaremos a nós mesmos. Nossas vidas serão arruinadas para sempre – “ser preguiçoso” é o comportamento mais antiético que se pode ter.

Na sociedade de hoje, quase todo mundo quer ser rico. No entanto, é preciso dar-se conta de que “ser rico” nada tem a ver com posses financeiras ou materiais. Pode-se ter todo o dinheiro do mundo sem “ser rico”, já que, num piscar de olhos, ele pode desaparecer. Alguém que receba uma enorme herança, por exemplo, se não tiver uma renda adicional, pode ver sua herança secar como um poço. Por outro lado, alguém que esteja pronto a trabalhar arduamente e ser diligente em tudo que faz pode ser a pessoa mais abastada do mundo.

Se formos diligentes e tivermos iniciativa no trabalho, nosso progresso será notado por nossos chefes e nossas habilidades passarão a ter menor importância. Se focarmos nossa atenção em nossos esforços e tentarmos ser tão diligentes quanto possível, não teremos de nos preocupar mais com o que sabemos ou não sabemos fazer. De acordo com os textos budistas, “a indolência faz com que os leigos percam os benefícios mundanos e os monges o tesouro do Darma”.

Os quatro tipos de esforço

Ainda que a preguiça seja um vício e a diligência uma virtude, nossa lida e nosso esforço devem ter significados positivos. Eles devem ser livres de qualquer intenção egoísta. No budismo, há quatro tipos de “Esforço Correto”: produzir e fazer crescer o que é bom, prevenir e eliminar o que é mau. Ao empregarmos nossos esforços com o propósito de beneficiar os outros e guiá-los rumo à benevolência, além de colhermos benefícios próprios, engajamo-nos na prática correta da diligência. Esse tipo de abnegação é a corporificação do espírito de bodhisattva. Assim, se quisermos ver nossos esforços se tornarem realmente proveitosos, devemos aprender a colocar os interesses dos demais acima do nosso próprio e nos sacrificar pelo bem de todos.

O hábito de buscar somente o prazer e evitar o trabalho árduo é uma doença social. A maioria das pessoas não se dá conta de que um momento de prazer pode produzir uma vida de penúria, enquanto um momento de diligência geralmente resulta em inesperada colheita. A razão subjacente para essa inegável verdade é que boas causas sempre trazem bons resultados, enquanto más causas sempre trazem retribuições negativas. Essa é a Lei de Causa e Efeito, a inexorável Verdade de todos os universos.

 
Pensamentos

A força da diligência é capaz de varrer as impurezas da mente.
A força da sabedoria á capaz de depurar a raiva da mente.”

“Para ser o primeiro, aprenda a ser o segundo.
Para liderar, aprenda a servir.”


* É o 48º patriarca do budismo chinês da escola
Ch’an. Fundador do Monastério Fo Guang Shan,
em Taiwan, e do Templo Zu Lai, em Cotia (SP),
cujas raízes são do Budismo Mahayana, que enfatiza a aproximação
da natureza búdica ao alcance de todos.

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