(Por
Roberto Shinyashiki*)
Todas
as pessoas cometem muitos erros ao longo da vida. Quando
olho para trás, fico impressionado com os erros
que cometi. Algumas vezes, por não ter enxergado
direito quem era o bandido e quem era o mocinho, acabei
dando ouvidos ao bandido. Outras vezes, até percebi
o erro que estava cometendo, mas não fui suficientemente
forte para fazer o que precisava ser feito. Errei também
quando decidi fazer determinada coisa, mas não
fui suficientemente firme para levar minha decisão
até o fim.
O
que posso dizer é que procurei fazer o que julgava
certo, mas nem sempre as coisas saíram corretamente.
Podemos até tentar acertar, mas algumas situações
são muito complexas e equívocos acontecem.
O pior de tudo não é errar, mas o que as
pessoas fazem com seus erros.
Roberto, quais são os enganos que as pessoas podem
cometer quando erram?
Infelizmente,
a maioria das pessoas coloca a responsabilidade de seus
erros nos outros. Meu pai não me deu amor,
por isso não consigo ir até o fim nas coisas
que começo. O problema é que
a minha namorada é muito ciumenta e não
me deixa trabalhar direito. A culpa é
do meu chefe, que nunca me orienta quando preciso.
Mas será que você pediu ajuda ao seu chefe?
Será que não havia outras pessoas que poderiam
orientá-lo? Será que você não
tem outras formas de conseguir as informações
necessárias?
Quando
as pessoas colocam a responsabilidade por seus erros nos
outros acabam tendo mais dificuldades em resolver os problemas.
Infelizmente, a arrogância é uma praga que
impede a pessoa de perceber a bobagem que fez e de aprender
com os próprios erros, ou de pedir desculpas aos
prejudicados. A compreensão de que podemos errar
e depois corrigir nossos erros nos ajuda a valorizar nossos
esforços.
A
juventude é um tempo de muitas descobertas. É
também um tempo de muitas paixões. E paixões
trazem alegrias e sofrimentos, erros e acertos. Muitas
vezes, vejo casais em que o rapaz vive humilhando a namorada.
Eu sempre me pergunto, nesses casos, como alguém
pode agüentar tanta desqualificação.
Tempos depois, esse rapaz aparece chorando, reclamando
que a garota terminou o relacionamento porque se apaixonou
por outro.
O
ódio por ter sido abandonado não lhe permite
perceber que foi ele mesmo que jogou a companheira nos
braços do outro. Ficar ressentido não o
ajudará a mudar sua maneira de se relacionar. Aliás,
o amor não é simplesmente um sentimento.
O amor também é a forma de tratar a pessoa
amada. Alguém que maltrata seu parceiro não
pode realmente dizer que o ama. O verdadeiro amor nos
faz ter vontade de fazer o outro feliz.
No
emprego também é preciso coragem para reconhecer
suas dificuldades, assumir os próprios erros e
iniciar um trabalho para mudar seu comportamento. O que
acontece quando você perde um emprego do qual depende
e gosta? O sofrimento é inevitável. Surge
a raiva incontida contra o chefe. Isso é natural.
Mas tem de chegar o momento em que você passa a
aprender com as coisas que fez, ou deixou de fazer, e
talvez tenham contribuído para a sua demissão.
Então, quando você se der conta de que está
em um caminho errado, mude de rota antes de fazer ainda
mais bobagens.
Quando
tudo parecer perdido, lembre-se: o que hoje é razão
de preocupação, amanhã será
motivo para sorrir, se você souber agir com precisão.
A consciência de que podemos melhorar com nossos
erros nos faz crescer. Errar é uma forma de aprender
sobre o mundo e as pessoas. Somente quem não toma
decisões está livre de cometer erros.
As
pessoas que não erram são medrosas. As pessoas
que não assumem seus erros são irresponsáveis
e as que insistem neles são cegas. Na vida, você
vai acertar algumas vezes e errar outras. Com base nos
acertos, vai construir sua auto-estima. Com os erros,
aprenderá lições que servirão
para toda a vida.
*
Texto extraído do livro Sempre em Frente, de Roberto
Shinyashiki, lançado em maio de 2008.
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