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História
 
Notakyo: ajudando na colonização do Brasil

A Cooperativa Central Agrícola e de Colonização do Brasil, conhecida por Notakyo, fundada em 27 de outubro de 1957, tem como objetivo cuidar dos imigrantes japoneses agricultores, dando a assistência necessária e ainda planejamento e execução dos projetos de colonização.

Fundada inicialmente com o nome de Cooperativa Central Agrícola e de Colonização do Estado de São Paulo, com a participação das principais cooperativas nikkeis da época, como a Cotia e Sul Brasil, a entidade foi fundamental no trabalho de integração dos imigrantes que chegavam ao País na década de 50.

Moriji Anze foi o primeiro presidente da Notakyo em 1957. A entidade tinha como principais atividades cuidar dos Seinentai, administrar o Centro de Treinamento do Paraná e ajudar na implantação de colônias para os imigrantes japoneses que desembarcavam para trabalhar na agricultura no Brasil.

O primeiro assentamento foi chamado de Projeto Jaú, realizado na Fazenda Jaú, bem perto do Centro de Treinamento do Paraná. Iniciado em 1961 e até 1963, foram assentadas 20 famílias. Nesse plano, além do auxílio do governo japonês, para a implantação, foram aplicados, em parte, os recursos da Notakyo.

Ainda na década de 60, enquanto aumentavam as instalações e área plantada do Centro de Treinamento do Paraná e realizavam o primeiro plano de assentamento, as remessas de recursos pelo governo japonês sofriam atraso. Além disso, diminuiu-se consideravelmente o valor.

Na época, a situação no Japão estava mudando. Começaram a aumentar as ofertas de trabalho e a maioria dos jovens rurais estudava nas escolas médias ou superiores e procurava empregos nas grandes cidades. Resultado, o número de candidatos para a emigração também caiu.

Com isso, o governo japonês resolveu cortar as verbas para o projeto do Seinentai. A Notakyo também sofreu com o corte orçamentário, efetuado pelo Ministério de Obras Públicas.

Mesmo com o fechamento do Centro de Treinamento do Paraná, em 1964, os serviços da Notakyo não poderiam terminar, porque, embora pequeno, já havia começado a implantação do plano de colonização, além do recebimento dos novos imigrantes familiares.

Para continuar as atividades, a Notakyo deveria obter recursos com as suas próprias forças. Na época, a Cooperativa Agrícola de Cotia também precisava realizar a sua modernização para reduzir as despesas. Em 1966, suspendeu o Projeto Cotia-Seinen e fechou o Departamento de Colonização, cujos serviços foram transferidos a Notakyo.

Assim, aumentou o serviço de imigração. A primeira turma desse sistema, com 60 jovens, foi dividida em dois navios que chegaram ao Porto de Santos em janeiro e fevereiro de 1967.

Foi na década de 80 que a Notakyo se tornou novamente o foco das atenções da comunidade nikkei no Brasil. Em 30 de setembro de 1981, as empresas JAMIC e JEMIS encerraram suas atividades. Ambas foram constituídas pelo governo japonês em 1956, com o objetivo de realizar os planos de imigração e colonização no Brasil. A primeira exercia os serviços de imigração e colonização e a segunda cuidava da área de financiamentos e investimentos. As duas eram controladas pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica).

Assim, após uma reforma estatutária, em 14 de fevereiro de 1985, foi alterada a denominação de Cooperativa Central Agrícola e de Colonização do Estado de São Paulo para Cooperativa Central Agrícola e de Colonização do Brasil. A primeira exercia trabalhos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. A segunda passou a atuar em todo o território nacional.

Junto com a Sul-Brasil, a Notakyo realizou, em 1985, o projeto de assentamento no município de Mucuri na Bahia. E, em 1987, em uma parceria com a Cotia, foi realizado o segundo projeto em Eunápolis, também no território baiano. Por meio da Notakyo, os candidatos selecionados utilizaram o recurso especial da Jica para adquirir os lotes de cada assentamento e as cooperativas ofereceram-lhes outros serviços de assistência.

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