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Arquivo NippoBrasil - Edição 143 - 6 a 19 de fevereiro de 2002
 
Carro de Boi

Adaptação livre de Claudio Seto
(Texto e desenhos: Claudio Seto)

 

Quando fazia peregrinação pelos 88 templos da ilha de Shikoku, Mestre Shamon sentiu-se meio atrapalhado quanto à localização e resolveu perguntar, por qual caminho seguir, numa aldeia próxima de um grande castelo feudal.

O dono do castelo, um grande senhor feudal, ficou sabendo que Mestre Shamon passava por suas terras e resolveu questioná-lo:

- Mestre, diga-me, onde está o Eu?
Shamon, então, pediu delicadamente que o feudatário trouxesse um carro de boi. Assim que os serviçais do castelo trouxeram um carro de boi, o mestre perguntou:

- O que é isso?
- Qualquer um sabe que é um carro de boi - respondeu o senhor feudal.
Shamon pediu, então, que retirassem o boi que puxava o carro e perguntou:

- O boi é o carro ?
- Claro que não - respondeu o feudatário.
O mestre pediu que as rodas fossem retiradas.

- As rodas são o carro?
- Lógico que não, mestre.
O mestre pediu que retirassem o assento.
- O assento é o carro?
- Não, o assento não é o carro, mestre.
Finalmente apontou para o eixo e falou.

- O eixo é o carro?
- Não, mestre, não é.
- E onde está o carro?
- Não existe mais. Desmontado, ele não existe.
Então o sábio concluiu:

- Da mesma forma que o carro, o Eu não pode ser
definido por suas partes. O Eu não está aqui, não está lá.
O Eu não se encontra em parte alguma. Ele não existe por
si só. E não existindo, ele existe.

Dito isso, ele começou a se afastar do surpreso senhor feudal.
Quando estava já afastado, voltou e perguntou-lhe:
- Onde Eu estou?



Entornando o Chá

Certa ocasião, mestre Shamon recebeu a visita de uma pessoa que disse estar curiosa a respeito da Seita Zenchi quando estava num pagode de cinco andares no início da subida ao monte Haguro, em Dewa Sanzan, no norte da ilha de Honshu. O visitante, muito falante, estava cheio de idéias, falou de seu trabalho, seus conhecimentos e do sucesso que tinha alcançado na vida. Ele não parava de falar de si mesmo, só que de vez em quando dizia:

- Eu gostaria saber o que é Seita Zenchi de sua boca, meu grande mestre.

Quando mestre Shamon começava a explicar, ele entrava no assunto e levava a conversa para falar de si mesmo.

A certa altura da conversa, Shamon resolveu servir o chá, enquanto prestava atenção, olhando atentamente para o visitante que falava sem parar.

Shamon encheu a xícara do visitante e o chá começou a entornar, porém o mestre continuava a colocar o chá olhando para a cara da visita, que não parava de falar. O visitante percebeu que o chá estava derramando e disse:

- Por favor, chega, o chá está entornando.
- Assim como esta xícara, você está cheio de opinião a seu respeito. Como poderei falar sobre a Seita Zenchi se você não esvaziar a sua xícara?

 
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