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Arquivo NippoBrasil - Edição 091 - 15 a 21 de fevereiro de 2001
 
A gratidão da Garça (Tsuru no Ongaeshi)

Adaptação livre de Claudio Seto
(Texto e desenhos: Claudio Seto)

 
Para a cultura preservar
Uma história vou contar
É lenda do Japão antigo
Vamos viajar comigo

Num dia de muito frio
Andando um moço ouviu
Num cenário coberto de neve
Um grito meio de leve

Passando pelo morro
Alguém gritou socorro:
Era grito de menina
Muito perto da colina

O moço um susto levou
Ao ver a neve se mexendo
Neve assombrada! pensou
E ficou parado tremendo



- Será uma alma-perdida ?
Ou a neve criou vida ?
Prestando muita atenção
Viu que não era assombração

O montículo que se mexia
Era uma garça aprisionada
Com os pés na armadilha
E uma voz desesperada

A armadilha era um problema
A garça vivia um dilema
Permanecendo ali presa
Congelaria com certeza



Penalizado com a dor dela
O moço a garça libertou
Quase morre na panela
Mas para bem longe voou

Dias depois pela janela
Da cabana onde morava
O moço viu uma donzela
Que da casa aproximava

Era uma moça tão bela
Da beleza o apogeu
Só de ver o rosto dela
Seu coração forte bateu

A moça bem trajada
Na certa uma princesa
Entrou na cabana apertada
E iluminou com sua beleza

O moço ficou abobalhado
E pensou ao ficar perto dela:
- Que faz tão bela donzela,
Na casa deste pobre coitado?



Olhando-o de frente
Ela perguntou de repente:
- Quer casar comigo?
Pois quero viver contigo

De surpresa a moça o pegou
E o moço um susto levou
Com a proposta inesperada
Como em fábula encantada

Disse então encabulado
- Sem dinheiro estou lascado
Sou pobre e sem talento
Pois mal ganho pro meu sustento

- Não me importa se és pobre
Se tua vida é incerteza
Sei que seu coração é nobre
E sua bondade tem firmeza

Assim o moço da montanha
Tornou-se um homem casado
E ela o fez prometer com manha
Que nada perguntaria do passado



Pensou o moço da cabana:
Deve ser filha de nobre
Que cheia da vida palaciana
Veio morar na casa de pobre

Cedinho na manhã seguinte
Quando o moço acordou
A casa estava limpa com requinte
E a refeição pronta lhe chegou

- Isso é sonho - pensou o rapaz
Vivo sem eira nem beira
Na maré me leva maré me traz
E ganho uma bela trabalhadeira !

Fazendo balaio, chapéu e cesta
Levava o casal, vida modesta
Do bambu tirava o sustento
E a falta de grana era um tormento

No fundo havia um barraco
E nesse barraco um tear
Esse tear ela resolveu usar
Para tecido fabricar


Ao moço ela pediu juramento
Que não fosse palavras ao vento
Jurou ele não abrir a porta
Enquanto ela estivesse la dentro

Tendo a promessa feita
No fundo ela se trancou
O pedido da moça perfeita
-É Capricho - ele pensou

Ela começou a trabalhar
Dia e noite sem parar
Noite e dia ele ouvia
O barulho do tear

Dias depois ela apareceu
No semblante muito cansaço
Pois dias e dias amanheceu
Ao som do tear, passo a passo

Diante do moço preocupado
Ela mostrou quanto rendeu
Fazendo um gesto calado
Uma peça de pano estendeu

 

Continua...
Adaptação livre de Claudio Seto
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