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Arquivo NippoBrasil - Edição 066 - 17 a 23 de agosto de 2000
 
Pré-história do Japão - 1 - Continuação
Kojiki e Nihon Shoki, os livros sagrados do Japão

(Por Claudio Seto)

CRIAÇÃO DA TERRA.
O MITO DE IZANAGUI E IZANAMI
A mitologia japonesa relata que a aparição do gênero humano na terra se deu sob forma divina. No principio tudo não passava de uma massa viscosa e indistinta no oceano. Desse mar surgiu algo semelhante a um broto de junco e desabrochou. Desse surgiu uma divindade. Simultaneamente duas outras criaturas divinas, masculina e feminina, emergiram. Pouco se comenta sobre o trio original, mas geraram deuses e deusas na terra celestial. Após um período incontável de tempo, surgiu o par de energia divina Izanagui e Izanami.

Certa ocasião os deuses deram a Izanagui uma lança enfeitada e confiaram-lhe a tarefa de criar o Japão. O casal desceu de Takama no Hara (Planície Celeste) por uma Ponte Lançada do Céu (Ama no Hashi Date)- geralmente associada ao arco-íris. Pararam no meio dela para observar a terra viscosa lá em baixo. Do alto da ponte, o jovem Izanagui mergulhou sua arma divina dentro da viscosidade flutuante, “agitando em forma de círculo e ao retirar, deixou respingar da ponta gotas salgadas, que caíram da lança e sobrepondo-se cristalizaram formando ilhas.

Vendo as ilhas que acabaram de criar, Izanagui e Izanami atravessaram o Ama no Hashi Date (Ponte Lançada do Céu), e desceram para lá, onde fizeram um acordo entre si, eregindo o “Augusto Pilar Celeste” na ilha de Ono Koro, para criar mais ilhas e assim, deram origem ao arquipélago japonês. O capítulo 6 do Kojiki descreve várias ilhas dizendo: “Assim a terra de Iyo foi denominada Ehime”. A primeira ilha que o casal divino deu a luz foi Awaji, e, em seguida , a ilha de Shikoku.

Izanagui e Izanami se casaram e aprenderam a arte de fazer amor olhando um par de garças (tsuru) em acasalamento. Estas aves brancas são ainda relacionadas à união e mesmo o deus Espantalho não pode assustá-las, já que foram abençoadas na criação.

Entre a descendência de Izanagi e Izanami estão marcos geográficos, como deus das Cachoeiras, deus das Montanhas (Ôyama Tsukimi no Kami), deus do Fogo (Watatsumi no Kami) Espírito das Árvores, deus das Ervas, deus dos Ventos, além do espíritos de todas as ilhas japonesas (Dai Yashimagumi). O deus dos Ventos foi responsável pela criação de muitas ilhas, pois era ele que dissipavam névoas densas e revelava regiões desconhecidas pela primeira vez.

O primeiro filho do casal foi abortado, supostamente por causa de uma ofensa da parte de Izanami à cerimônia de casamento, e a criatura semelhante a um peixe-geléia foi colocado no mar. Todos os outros filhos sobreviveram.

ORIGEM DA VIDA E MORTE NA TERRA
O último filho do casal a nascer após uma sucessão de ilhas terem sido formadas e povoadas provocou a morte da mãe. Era o deus do Fogo (Watatsumi no Kami). Izanami adoeceu com febre ardente e acabou morrendo. Para apaziguar seu espírito, os homens construíram um altar e ofereceram flores (conforme os adeptos do shintô estaria aí a origem do ikebana).

Izanami morre e parte para Yomi, o mundo dos mortos. O deus Izanagui cheio de desgosto, vai visitá-la. A deusa falecida não quer que ninguém veja como perdeu a beleza, dando mostras de vaidade feminina. Mas, apesar de suas súplicas, Izanagui acende uma tocha e olha para ela e fica assustado com o estado de decomposição de seu corpo e foge. Ofendida com a reação de seu esposo, Izanami e outras criaturas da terra dos mortos perseguem Izanagui, mas ele consegue escapar, atirando para trás três objetos, que se transformam em outras coisas. Ele então coloca uma grande pedra bloqueando a passagem da caverna no local denominado Yomotsu Hirasaka.

Do lado de dentro Izanami lançou aos gritos uma maldição: -”Oh! Meu adorado esposo, se você age assim, eu a cada dia estrangularei mil habitante de seu país”. Izanagi então respondeu que faria nascer 1.500 pessoas diariamente.

Izanagui manteve sua palavra depois de se submeter a um ritual de purificação (Mizogui) para se livrar dos efeitos de sua descida ao Mundo dos Mortos (Anoyomi). Enquanto purificava lavando-se, gerou várias divindades. A mais importantes delas são: Amaterassu Omikami, a Augusta Deusa Sol, que nasceu enquanto ele lavava o olho esquerdo; Tsukiyomi no Mikoto, o deus Lua, na lavagem do olho direito; e Takehaya Suzano-o no Mikoto, o deus Tempestade, enquanto ele lavava o nariz. Estas divindades são as chamadas “filhos nobres”, a quem ele escolheu para reinar, respectivamente, sobre o Takama no Hara (Planície Celeste), sobre os reinos da noite e sobre os oceanos.

 

A LENDA DE KUSHI NASHI, A GARDÊNIA
No Japão a Kushi Nashi (Gardênia) representa o encanto feminino. A mitologia japonesa conta que a gardênia era uma ninfa muito bonita que vivia nas proximidades da Cascata dos Nove Dragões, que ficava além das Cinco Nuvens Sagradas. Um belo dia, o viril deus Izanagui passando pela região com sua enorme lança divina foi atraído pela cantiga de um rouxinol. Ao se aproximar cautelosamente para não espantar a ave, Izanagui ficou surpreso ao descobrir que se tratava de uma linda ninfa imitando a ave.

A bela imagem da ninfa despertou uma grande paixão no galante deus Izanagui, que quis conquistá-la à força. Assustada, assim que conseguiu escapar da divina investida, a ninfa se escondeu na água e pediu socorro à deusa Izanami (mulher de Izanagui), que imediatamente transformou a ninfa numa gardênia, salvando-a dos arroubos de Izanagui.

Por isso a gardênia é símbolo de castidade.

 
Confira em breve a segunda parte da Pré-hitória do Japão
História do Japão
Arquivo Nippo - Edição 324
Era Meiji (Parte 5) - Gakumon no susume Era Meiji (Convite ao saber)
Arquivo Nippo - Edição 322
Era Meiji (Parte 4) - Trabalho e sociedade
Arquivo Nippo - Edição 320
Era Meiji (Parte 3) - Coréia: muralha de proteção
Arquivo Nippo - Edição 318
Era Meiji (Parte 2) - O despertar da modernidade
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Era Meiji (Parte 1) - O imperador assume o poder
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Era Edo (Parte 7) - Os revolucionários e a queda do xogunato Tokugawa
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Ocidente invadem o Oriente
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Era Azuchi-Momoyama (Parte 4) - As mulheres que viveram na era das guerras
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