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Horário de Brasília: Quinta-feira, 28 de março de 2024 - 21h07
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História
 
Crescimento da Cooperativa de Várzea Alegre em Terenos
Plantel atual
Pintos de um dia
65 mil cabeças

Frangas
100 mil cabeças

Poedeiras
610 mil cabeças

Codornas
105,9 mil cabeças

O ano era 1959. A família de Kuro Kanezaki chega à Várzea Alegre, na região de Terenos, no então Estado de Mato Grosso, para tentar a sorte na agricultura. Na seqüência, outros imigrantes japoneses, especialmente da província de Yamaguchi, fizeram o mesmo. Tentaram os cultivos de arroz, feijão, soja, milho e algodão. “Plantávamos, plantávamos, e não sobrava nada. Produzíamos só para comer”, lembra Eiji Kanezaki, na época com 21 anos.

Ainda que o cenário fosse negativo, a união do grupo de 37 famílias deu origem, em 1962, à Cooperativa Agrícola Mista de Várzea Alegre (Camva). Oficialmente, o início das atividades deu-se no dia 12 de dezembro daquele ano, tendo como primeiro presidente Yuichi Ogura. Foi como um presente de Natal. Para consolidar esse sonho, os imigrantes japoneses contaram com apoio da Cooperativa Agrícola de Cotia, Yamaguchi Kenjinkai e Jamic, a companhia colonizadora da época.

No início de suas atividades, a cooperativa ateve-se à produção de frutas e cereais. Mas as condições de solo e do clima eram desfavoráveis. Aos poucos, foram substituídas pela produção de ovos, que começou a funcionar em 1963. Cada um dos cooperados, lembra Eiji Kanezaki, hoje com 70 anos e há 11 na presidência da Camva, recebeu, na época, um plantel de 500 aves de postura com financiamentos da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica).

No total, 24 famílias foram beneficiadas pela Jica, contabilizando 12 mil cabeças de aves. Assim, a Camva começou a deslanchar. Ainda hoje, a atividade granjeira é predominante entre as 27 famílias cooperadas. “Os tempos, hoje, são outros”, comemora Kanezaki, filho do primeiro imigrante de Várzea Alegre.

O sucesso da Camva pode ser medido pelos números. Da central de classificação e embalagens em Terenos, criada em 2003, saem diariamente 1,3 mil caixas de 30 dúzias cada por dia. Trocando em miúdos, são 39 mil dúzias que abastecem, principalmente, o mercado de Campo Grande, a capital sul-matogrossense.

Além da matriz em Várzea Alegre, construída ainda em 1962, ali perto da Estação Pedro Celestino, a Camva criou outros pontos. Um escritório e entreposto de ovos foi adquirido em 1970 em Campo Grande. Sete anos depois, foi fundado um entreposto em Cuiabá e, em 1979, surgiu outro em Rondonópolis, ambos em Mato Grosso. Nesse hiato, em 1977, foi construída uma fábrica de ração, que até hoje atende os cooperados.

Além de Campo Grande, Cuiabá e Rondonópolis, os ovos da Camva são escoados também para São Paulo e Corumbá, este em Mato Grosso do Sul. Há mais de uma década à frente da cooperativa, Kanezaki, que já em 1988 era diretor-gerente da empresa, procura por um substituto. Mas está difícil. “Aos 70 anos de muito trabalho, queria descansar um pouco”, brinca.

 
Distribuição das vendas
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