Colheita
de cana-de-açúcar: produção brasileira
prevista pelo IBGE para a safra de 2010/2011 é de 664 milhões
de toneladas, em 8,1 milhões de hectares plantados, números
recordes na história
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Usina
de processamento de cana no interior de São Paulo: Brasil
lidera também a produção de açúcar
com 20% de participação mundial
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(Foto: Divulgação)
A
plantação de cana-de-açúcar é uma das
atividades mais rentáveis da economia nacional nos últimos
anos, embora seja explorada no País desde o século 16, vinda
da Ásia. O setor colocou o Brasil na vanguarda mundial da agroenergia,
com a produção de etanol, e está fortemente ligado
à própria história brasileira. Além
de ser um elemento agrícola essencial na formação
da nação, a cana-de-açúcar faz parte da vida
do brasileiro. É uma cultura fantástica. Dela se obtém
álcool combustível (etanol), açúcar, cachaça,
rapadura, energia elétrica e até plásticos, além
de diversos produtos químicos, ressalta Alexandre Strapasson,
diretor do Departamento de Cana-de-Açúcar e Agroenergia
(DCAA), órgão que faz parte do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento.
O Brasil está
na vanguarda do biocombustível há 35 anos. Começou
em 1975 com a criação do Pró-Álcool, que deu
maior impulso à cultura da cana. A partir de então, começou
a trilhar um caminho de liderança mundial na produção
da cultura e no desenvolvimento de novas tecnologias.
Em 2008, o
setor sucroenergético empregou 1,28 milhão de pessoas com
carteira assinada, 2,15% do total de postos de trabalho no Brasil. A maior
parte dos empregos foi gerada pelo cultivo da cana (481 mil funcionários).
Dados da Universidade de São Paulo (USP) mostram que o índice
de formalidade de postos no setor canavieiro vem crescendo, atingindo
80,9%, muito acima da média registrada por outras cadeias produtivas.
Strapasson
aponta que o País desenvolveu técnicas próprias de
plantio e colheita, tornando-se o maior produtor mundial de cana-de-açúcar.
Com as novas variedades, a produtividade média por hectare passou
de 47 toneladas em 1975 para 80 toneladas neste ano. Por conta disso,
a produção prevista para a safra 2010/2011, segundo a Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), é de 664 milhões de toneladas
em 8,1 milhões de hectares, número recorde na história
da cultura.
Atualmente,
o Estado de São Paulo tem a maior área plantada de cana,
com 4,4 milhões de hectares, seguido por Minas Gerais, 648 mil
hectares; Paraná, 608 mil hectares; Goiás, 601 mil hectares
e Alagoas, 464 mil hectares. A área total de cana plantada
no Brasil ocupa apenas 0,95% do território nacional, diz
o diretor do ministério.
Em relação
ao açúcar derivado da cultura, o Brasil também ocupa
posição de destaque, liderando uma lista integrada por Índia,
Estados Unidos, Tailândia, China e México. Os maiores consumidores
do produto são exatamente os cinco maiores produtores, responsáveis
por 59% do açúcar mundial. O Brasil lidera com 20% de participação.
O segundo e o terceiro são a Índia (15%) e a China (10%).
Em 2010, a produção de açúcar no Brasil deve
alcançar 38,7 milhões de toneladas, segundo a Conab. A região
Centro-Sul deve produzir 33,7 milhões de toneladas e a região
Norte/Nordeste, 4,9 milhões.
Cana
transgênica
A expectativa
do governo é de aumentar ainda mais a produtividade. Por isso,
vem investindo em pesquisas. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, aposta em projetos
de cana-de-açúcar transgênica há três
anos. Algumas das características genéticas a serem incorporadas
à planta visam principalmente atender às demandas do cultivo
na região Nordeste. As variedades em desenvolvimento buscam
mais tolerância à seca e maior resistência à
broca gigante (principal praga na região), o que garantirá
maior produtividade, ressalta Strapasson.
Uma pesquisa
da USP indica que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor sucroenergético
gira em torno de US$ 28,15 bilhões, incluindo exportações
de quase US$ 8 bilhões e vendas ao mercado interno de US$ 20,2
bilhões.
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