Renda
mensal, no entanto, varia de
acordo com a região do Brasil
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(Foto: Arquivo/NB)
Nada menos
que 30 milhões de brasileiros vivem da agricultura familiar. A
constatação vem de um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), publicado dia 1°, que avaliou dados relativos à
população rural de 2008 da Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (PNAD) e do Censo 2006.
Isso
corresponde a pouco mais de 16% da população brasileira.
É maior do que a população de muitos países,
explica a coordenadora de área de Desenvolvimento Rural do Ipea,
Brancolina Ferreira.
Os rendimentos
da população rural e da cidade, no entanto, revelam uma
grande diferença. A renda mensal domiciliar per capita no campo
é menos da metade da renda nos domicílios de área
urbana. Apesar da disparidade, os ganhos da população rural
aumentaram, em valores reais, quase 30% no período entre 2004 e
2008.
O estudo mostra
também a desigualdade na distribuição de renda da
população economicamente ativa por região. No Nordeste,
onde existe a maior proporção de pessoas vivendo em áreas
rurais, o valor é de R$ 296,00, inferior ao salário mínimo,
enquanto nas demais regiões a média é de R$ 578,75.
O Sul tem a maior renda média mensal, com R$ 633,00.
Em relação
à comercialização, a pesquisa constatou que a maioria
dos agricultores (70%) não planeja previamente a venda de sua produção.
No entanto, quase 80% deles conseguem vender parte dos produtos. Cerca
de 70% dos agricultores familiares são proprietários da
terra onde produzem. Os outros 30% trabalham por meio de parceria, arrendamento,
posse ou cessão.
A pesquisa
também constatou que, no interior do País, a mão
de obra no setor não tem qualquer tipo de vínculo trabalhista,
direitos e garantias sociais ou qualquer acesso a bens e serviços.
As mulheres, constituem um grande contingente (75%) dos trabalhadores
não remunerados que fazem parte da população economicamente
ativa. São mais de 4 milhões de mulheres e pouco mais
de 2 milhões de homens nessa situação, informou
Brancolina.
Segundo ela,
a alta concentração de terras no Brasil é um dos
causadores dos problemas vividos pelos trabalhadores rurais. Os
dados deixam claro que as grandes propriedades continuam nas mãos
de poucos.
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