Frutas
brasileiras podem ser vendidas na Ásia
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(Redação
NB/fonte: Revista Izunome / Foto: Fundação Mokiti Okada/cedida)
A capacidade
produtiva do Brasil é inquestionável. Os valores de exportação
são competitivos e, indiscutivelmente, o agronegócio está
em constante demanda. O País, no entanto, domina uma pequena fatia
das importações agrícolas, com apenas 6,7% do mercado
mundial. Para aumentar a participação no setor, o Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pretende diversificar,
a partir deste ano, a oferta de produtos para exportação.
De acordo com um levantamento divulgado no dia 18 pelo ministério,
produtos lácteos, citrus, maçã, melão e rações
para animais têm grande potencial de inserção na Europa,
Ásia e Estados Unidos.
Segundo o Mapa,
o Brasil pretende comercializar lácteos, em especial leite em pó
e queijos, para a China e Indonésia. Já Estados Unidos,
Rússia, Japão, México e Arábia Saudita podem
ser os futuros compradores de frutas do País, enquanto as rações
animais podem ir parar na Noruega, Turquia e Rússia. Para ingressar
nesses mercados, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, defende
a intensificação nas negociações oficiais
e organização mais eficiente da cadeia produtiva desses
itens, além da oferta de produtos peculiares do País. Temos
condições de expandir o comércio de pescado. Aqui,
há espécies de peixes que são únicos no mundo,
ressaltou Stephanes.
O Mapa não
pretende investir apenas em novos produtos. Nos últimos dez anos,
o Brasil vem adotando também a prática de abertura de novos
mercados. Como resultado dessa diversificação, verificou-se
a redução das vendas do agronegócio para União
Europeia e Estados Unidos, que, em 1999, representavam 58% das exportações.
Em 2009, esse percentual caiu para 36%, dando espaço para regiões
como o sudeste asiático, a África e o Oriente Médio.
Carne
também em pauta
O ministério
promete investir também na exportação de carne, apesar
das rígidas barreiras fitossanitárias que afetam o produto.
As negociações de abertura de mercado para carne bovina
devem ser direcionadas para Malásia,Taiwan, Indonésia e
Colômbia. No caso da carne suína, o trabalho será
centralizado na inserção do produto no Japão, União
Europeia, Croácia e Coreia do Norte, além de tentar ampliação
de cotas para a Rússia. O mesmo trabalho será feito para
aumentar a quantidade de frango vendida para os russos, assim como a possível
entrada dessa carne no Uruguai, Colômbia, Senegal, Paquistão
e Malásia.
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Um dos maiores
importadores agrícola do mundo, o Japão, ironicamente, não
é um grande comprador do Brasil. O comércio bilateral entre
os dois países, embora variado, nunca passou dos R$ 7 bilhões.
No setor agrícola, a situação é ainda pior,
tanto que o embaixador Roberto Azevedo chegou a reclamar publicamente
das restrições fitossanitárias e taxas japonesas
em reunião da Organização Mundial do Comércio,
no ano passado. O comércio agrí-cola no Japão
é altamente distorcido por barreiras e subsídios extremamente
altos, disse o diplomata na ocasião.
A reclamação
de Azevedo fica por conta das altas alíquotas agrícolas
do país, que chegam a quase 800% em alguns itens, e da rígida
restrição sanitária a que produtos frescos, como
frutas, castanhas, temperos e café, por exemplo, são submetidos.
As exigências são tantas que o Brasil teve de negociar 32
anos para convencer o Japão a aceitar a importação
de manga brasileira, liberada em 2004. Apesar da demora nas conversas,
a fruta, que é produzida no Vale do São Francisco (Bahia)
e em regiões de São Paulo, virou sucesso no arquipélago,
com importação estimada em 400 toneladas anuais.
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