Para
apli terra para cultivo
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(Reportagem:
Susy Murakami / Foto: Divulgação)
Nos últimos
anos, a utilização dos Sistemas Agroflorestais tem aumentado
no Brasil, ainda que de forma lenta, se comparada à expansão
agrícola convencional. Para especialistas, há um grande
potencial de crescimento desse sistema no País. A produção
de cacau, por exemplo, poderia dobrar com o plantio consorciado. O
Brasil importa um terço do consumo nacional de cacau, implicando
evasão de divisas de mais 120 milhões de dólares
anuais, diz Alfredo Kingo Oyama Homma, pesquisador da Embrapa Amazônia
Oriental em Belém. Temos 110 mil hectares de cacaueiros na
Amazônia e podemos dobrar essa área.
Para o belga
Jean Dubois, um dos pioneiros e mais ativos na divulgação
dos SAFs no País, o cultivo de árvores integrado com a criação
de animais é pouco aproveitado no Brasil. Ele acredita no crescimento
desse sistema, principalmente se sua aplicação ocorrer em
média e grande escala. Não são apenas os pequenos
agricultores e os membros de comunidades tradicionais [índios,
ribeirinhos, caiçaras-da-mata] que podem adotar SAFs, diz.
Não
há dados precisos, mas Dubois acredita que a área ocupada
por sistema agroflorestal por agricultores familiares é de cerca
44 mil hectares no total. O aumento deve-se principalmente à
crescente conversão de monocultura de café e de cacau em
cafezais e cacauais sombreados, diz.
Dubois veio
ao Brasil em 1962 trabalhar como perito florestal da Organização
das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação
(FAO) na Amazônia. Atualmente, é conselheiro da Rede Brasileira
Agroflorestal (Rrebraf) e trabalha na divulgação dos SAFs
no Brasil desde o início dos anos 80..
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