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Especial
 
Japão vai investir mais em “fábricas agrícolas”
Ministério da Agricultura pediu R$ 203 milhões do
orçamento para colocar projetos em ação
 

Ministros Nikai e Ishiba em visita a uma fábrica: eles querem reanimar a atividade agrícola no país

(Reportagem: Kyodo News e colaboração de Yoko Fujino/NB | Foto: Kyodo)

O território é pequeno. Por isso mesmo, mais de 70% dos produtos consumidos no país são importados. Para tentar dinamizar o setor, o Ministério da Agricultura do Japão aposta alto nas chamadas “fábricas agrícolas”. Recentemente, o ministro Shigueru Ishiba e o ministro da Indústria, Toshihiro Nikai, prestigiaram a inauguração de uma fábrica de morangos e alface que emprega iluminação artificial no desenvolvimento da cultura.

Os dois ministérios estão engajados no trabalho de reanimar a atividade agrícola naquele país. “Nesse período de crise, a agricultura é um dos poucos setores que se mantêm em expansão”, lembrou Ishiba. A fábrica inaugurada recentemente emprega diodos que emitem luz e lâmpadas fluorescentes como fonte de energia e é capaz de controlar uma gama de condições de cultivo, como a temperatura e a umidade do ambiente. No caso da alface, o período da semeadura à colheita é de cerca de 20 dias.

Para promover esse tipo de agricultura, o Ministério da Indústria abriu uma pequena fábrica, em Tóquio, para a visitação pública. Lá, são oferecidos produtos frescos aos visitantes, para que eles possam degustar os alimentos. Até para ampliar o número dessas fábricas, o Ministério da Agricultura solicitou ¥ 9,625 bilhões (algo em torno de R$ 203,6 milhões) do orçamento do governo. O objetivo é implantar cem novas fábricas em um prazo ainda não determinado. Certo mesmo é que a ideia é reduzir os custos das fábricas de verdura em até 30%.

O Ministério da Agricultura também quer que mais empresas e instituições invistam no desenvolvimento de novas tecnologias para fábricas de verduras. Outra possibilidade é que elas possam firmar parcerias com universidades do país. As cooperativas agrícolas também devem fazer do programa.

Na prática, as “fábricas agrícolas” não são novidade no Japão. Já faz alguns anos que os japoneses consomem produtos cultivados longe da natureza. Dados de 2005 mostravam que 0,6% da produção nacional de alface, por exemplo, era oriunda de fábricas de verduras. Hoje, fala-se muito na alface, mas a ideia é que o projeto possa incluir outras plantações, como ervas finas, flores e mudas de flores.

O problema em dinamizar as construções de “fábricas agrícolas” é o alto custo do empreendimento. Uma fábrica exige investimentos da ordem de ¥ 310 milhões (R$ 6,8 milhões). Uma estufa comum sai, por sua vez, por ¥ 18 milhões (R$ 394 mil). Também há necessidade de uma campanha em massa para conscientizar os consumidores de que cultivos em laboratório são seguros. As vendas, atualmente, são baixas devido ao receio dos japoneses em consumir tais produtos. Há também que considerar as poucas variedades de vegetais, por exemplo, à disposição no mercado.

Mas algumas empresas que apostam na agricultura high-tech não têm do que reclamar. A Mitsubishi Plastics Inc., por exemplo, trabalha, agora, no desenvolvimento de uma nova estufa que utiliza luz solar e luz emitida por LEDs (diodos emissores de luz) para a produção hidropônica de verduras e frutas, com lançamento previsto para 2011. Até para ampliar suas atividades, a empresa pretende adquirir uma divisão de tecnologia para culturas hidropônicas da Taiyo-Kogyo Corp.

Fábricas tradicionais de plantas utilizam luz fluorescente para a produção hidropônica eficiente de alface, sem exposição à luz solar. Mas muitos consumidores são receosos em relação às verduras cultivadas sem a iluminação natural. A estufa que está sendo planejada utiliza LEDs quando não há disponibilidade de luz solar e terá custos iniciais muito mais baixos do que a tradicional fábrica de plantas, como informa a Mitsubishi Plastics.

 
Conheça o projeto de difusão de fábricas de verduras
Objetivos
• Reduzir o custo das fábricas de verduras em 30%
• Implantar cem novas fábricas (não há prazo)

Conteúdo
• Apoio para empresas e instituições investirem no desenvolvimento de tecnologia para fábricas de verduras, por exemplo em cooperação com universidades.

• Apoio para introdução do sistema de fábricas de plantas por meio de associações de agricultores.

• Apoio para sistema de parceria produtor–empresa para leasing de facilidades.


Novos desafios
a. utilização de biomassa;
b. desenvolvimento de aplicação de biotecnologia na agricultura;
c. utilização de fontes de energias alternativas.

Vantagens a reforçar em campanhas
a. pouca presença de insetos e elementos estranhos;
b. possibilidade de produção com reforço de nutrientes e elementos proativos;
c. alta produtividade;
d. estabilidade da oferta, mesmo em épocas de tufões e chuvas.

Pontos positivos das fábricas de verduras
a. estabilidade de oferta, produto e logística;
b.pode ser instalada em diversos locais;
c. alta produtividade por metro quadrado;
d. pouco uso de agrotóxicos e possibilidade de melhoria do sabor por uso de nutrientes;
e. melhora na condição de trabalho.

Pontos negativos ou a serem resolvidos
a. alto custo de instalação e produção;
b. necessidade de garantir a procura;
c. pouca variedade de vegetais que podem ser produzidos por este método (necessidade de desenvolver mais espécies adaptáveis);
d. dificuldade de frear a interferência da natureza para criar condições ideais (calor excessivo no verão em modelos que usam a luz solar);
e. desenvolvimento de recursos humanos para resolver os problemas acima;
f. baixa aceitação do público consumidor.

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