(Fonte
e fotos: Divulgação)
Após
polêmica escolha de atores sem ascendência oriental
na nova novela da TV Globo, Sol Nascente, um grupo de atores orientais,
o Coletivo Oriente-se, lançou manifesto, no dia 31 de agosto,
contra o chamado yellowface, pessoas brancas que interpretam orientais.
O grupo reivindica a presença de mais atores orientais em
produções audiovisuais brasileiras. A partir de setembro,
o grupo publicará semanalmente, em sua página do Facebook
(www.facebook.com/ColetivoOrienteSe),
um vídeo ficcional de drama ou comédia com a presença
de orientais.
Ligia Yamaguti,
Marcos Miura e Cristina Sano
"É
triste para nós saber que as pessoas nos veem como estrangeiros,
sendo que nascemos, crescemos, produzimos e contribuímos
para o crescimento do País como qualquer outro cidadão
brasileiro", comenta Marcos Miura, um dos atores e redatores
do coletivo. Para a atriz Cristina Sano, uma das fundadoras da iniciativa:
"É necessário aumentar a representatividade das
várias etnias brasileiras, especialmente da etnia oriental,
em produções de televisão, cinema e teatro."
Para o ator Rogério Nagai: "É necessário
ter espaço em igualdade para todas as etnias, sem preconceito
ou discriminação".
Sobre
o Coletivo Oriente-se
O grupo
O Oriente-se é um coletivo de atores profissionais brasileiros
com ascendência oriental que tem como objetivo difundir a
diversidade da etnia brasileira em produções cênicas,
midiáticas e audiovisuais do País.
Veja
o texto do Manifesto divulgado pelo grupo:
Manifesto do Coletivo Oriente-se no Brasil pela igualdade étnica
"Nós,
artistas e profissionais das artes com ou sem ascendência
oriental, seja japonesa, seja chinesa, ou coreana, reivindicamos
igualdade no tratamento justo a todos os cidadãos, repugnando
práticas de discriminação étnica que
ocorrem em algumas produções audiovisuais que retratam
o oriental de forma estereotipada, preconceituosa e distorcida da
realidade. Em especial produções populares de rede
aberta, como novelas, seriados e comerciais, que atingem a maioria
da parcela dos cidadãos brasileiros, influenciam diretamente
a sociedade, promovendo, às vezes, conceito deturpado e negativo,
denegrindo a imagem dos orientais e educando as novas gerações
com a visão preconceituosa contra a nossa comunidade.
Somos parte
integrante da sociedade brasileira, nascemos, vivemos e contribuímos
com muito trabalho para o enriquecimento e o desenvolvimento de
nossa nação. Ter a presença de atores e artistas
orientais em produções de audiovisual em papéis
não estereotipados e de forma respeitosa é o mínimo
e o justo que a comunidade oriental brasileira merece, em retribuição
e gratidão por mais de um século de história
em terras brasileiras. Somos brasileiros e exigimos respeito para
todos, independentemente de sua ascendência. A diversidade
étnica, social e/ou de gênero é fundamental
e necessária para o crescimento de qualquer cidadão.
Entendemos que,
perante as desigualdades existentes, não basta rejeitar as
práticas de discriminação, mas sim realizar
ações que possam corrigir distorções
e aproximar indivíduos. É responsabilidade de cada
um de nós, brasileiros, promover a igualdade no cotidiano,
por meio de nossos atos, trabalhos e postura. É de extrema
importância que os profissionais que atuam diretamente na
concepção e produção de obras de audiovisual
tenham a consciência de que a sua criação pode
influenciar positivamente a nossa sociedade e difundir a diversidade.
Cabe também a nós, artistas orientais brasileiros,
fomentar a imagem positiva de nossa comunidade, por meio de nosso
trabalho artístico, para que as futuras gerações
possam se olhar com a autoestima de um cidadão brasileiro
pertencente a esta nação.
São
Paulo, 31 de agosto de 2016."
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