Frei
Alécio dedicou quase toda a sua vida religiosa franciscana
ao trabalho pastoral na colônia japonesa no Brasil. A falta
de missas em japonês, muito pedidas pela colônia,
motivou o jovem frade a estudar no Japão em 1963. Lá,
estudou a língua por dois anos, adquiriu fluência
e então pôde voltar para ministrar os sermões,
casamentos, bodas, celebrar missas e batizados para a comunidade
nipo-brasileira.
Residindo
em São Paulo, onde está a maior comunidade japonesa
do Brasil, Frei Alécio desenvolveu um grande trabalho pastoral,
especialmente celebrando missas em japonês na Igreja São
Francisco de Assis, na Vila Clementino, São Paulo, sempre
no segundo e quarto domingos de cada mês. Durante muitos
anos coordenou a Pastoral Nipo-brasileira e participou ativamente
de sua fundação em 1967. Como missionário
itinerante entre os japoneses visitava constantemente os estados
de São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Mato Grosso,
onde estavam as maiores colônias de japoneses.
Dirigiu pelo
menos seis romarias dos nipo-brasileiros ao Japão, à
Terra Santa e à Europa. Frei Alécio ainda participou
de outros trabalhos como o do Cemitério Morumbi, onde há
mais de 30 anos trabalhou como presidente da mantenedora, a Comunidade
Religiosa João XXIII. Frei Alécio também
foi um dos fundadores da ONG Aliança pela Vida - ALIVI
-, que cuida de soropositivos e pessoas vivendo com HIV, especialmente
crianças.
Sempre depois
das Celebrações Eucarísticas para a colônia
havia uma confraternização, que Frei Alécio
fazia questão de incentivar. "Na verdade a missa que
celebro é mais brasileira que japonesa. No Japão,
as pessoas gostam de silêncio e recato durante a cerimônia",
disse em uma entrevista ao Jornal Nippo-Brasil. "Peço
aos nikkeis que conservem o que o Japão tem de bom e, ao
mesmo tempo, que aprendam as boas coisas brasileiras. Geralmente
acontece o contrário", brincava o frade, sempre muito
brincalhão e alegre.
Frei Alécio,
contudo, se definia como tímido. Para ele, a preocupação
com os mais necessitados vinha desde cedo. Aprendeu a dividir
e compartilhar pequenas coisas com os nove irmãos. "No
inverno vestia mais camisas quando ia à escola para poder
emprestar a um colega que vinha quase sem roupa", revelou.
Ele era o quinto filho de Lídia e Rodolfo Augusto Broering,
casal de alemães que deu todo apoio ao filho que quis ingressar
no seminário em 1948.
A Pastoral
Nipo Brasileira, representada pela sigla PANIB, foi fundada em
1967. É uma entidade beneficente, educacional, religiosa,
cultural e de assistência social, tendo por finalidade a
evangelização e catequização dos japoneses
e seus descendentes, radicados no Brasil, visando a sua integração
ao cristianismo e a sua adaptação e integração
na vida nacional.
Frei Alécio
Broering
Nasceu em
9/05/1936 (80 anos de idade), em Santo Amaro da Imperatriz
SC;
Admissão ao Noviciado: 21.12.1955, em Rodeio- SC;
Primeira Profissão: 22.12.1956 (60 anos de Vida Franciscana);
Profissão Solene: 22.12.1959;
Ordenação Presbiteral: 06.07.1962 (54 anos de Sacerdócio);
1957 1958 Curitiba estudos de Filosofia;
1959 1962 Petrópolis estudos de Teologia;
1962 - Tóquio - Estudo da Língua e História
Japonesa
1965 São Paulo - Pastoral Nipônica;
24.01.1966 - Agudos - Professor no Seminário e missionário
entre os japoneses;
09.01.1967 Missionário entre os Japoneses;
20.08.1967 - São Paulo - São Francisco - missionário
entre os japoneses;
28.01.1968 São Paulo - Vila Clementino - missionário
entre os japoneses e coordenador interino da fraternidade;
21.12.1976 Rondinha Vigário paroquial;
15.12.1982 - São Paulo - São Francisco - Guardião
e pároco (1986 reeleito);
21.01.1989 - São Paulo - Vila Clementino - Vigário
da casa e vigário paroquial;
28.09.1990 - São Paulo - Pari - Vigário paroquial;
10.01.1995 - São Paulo - Vila Clementino - Vigário
paroquial;
01.12.1997 - São Paulo - Vila Clementino - Guardião
e pároco;
22.11.2000 - São Paulo - São Francisco - Vigário
paroquial;
20.12.2006 - São Paulo - Pari - Vigário paroquial
e assistente da OFS;
17.12.2009 - Bragança Paulista - A serviço da Pastoral
Nipo-brasileira;
12.12.2012 - São Paulo - São Francisco - atendente
conventual.
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