(Fotos
Divulgação)
A melhor
forma de honrar a perfeita simbiose estabelecida entre dois povos
tão diferentes, de lugares opostos no planeta, é
preservar e repassar às gerações futuras
a altivez dos valores morais que são a grande herança
deixada pelos imigrantes japoneses no País, segundo
o deputado federal suplente Junji Abe (PSD-SP). Este é
o principal legado para a construção de um mundo
melhor, mais justo e mais fraterno, definiu, ao ser homenageado
pelo Rotary Club de Mogi das Cruzes, na noite desta quinta-feira
(18/06/2015), data em que a Imigração Japonesa no
Brasil completou 107 anos.
Comandada
pelo presidente do Rotary Club mogiano, advogado Marcelo Bueno
Espanha, a solenidade reuniu dirigentes da entidade, rotarianos
e intercambistas do Japão e da Índia, que participam
do programa mantido pela organização mundial. Junji
recebeu um certificado da realização da palestra.
O político também presenteou Espanha e os jovens
japoneses do intercâmbio internacional com exemplares do
livro A História Japonesa em Mogi das Cruzes,
do professor doutor Mário Sérgio de Moraes.
Filho
e neto de imigrantes japoneses, nascido em Biritiba Ussu, distrito
de Mogi das Cruzes, Junji Abe foi apresentado para a palestra
pelo rotariano Rafael Garcia Martinez. O palestrante contou que,
desde a infância, recebeu dos seus ancestrais a missão
de amar este País, de todo coração,
ajudar o povo em tudo o que for possível e fazer mais pelo
Brasil que os próprios brasileiros. É o ensinamento
que traduz gratidão à Nação que acolheu
tantas famílias vindas do outro lado do mundo. Ao mesmo
tempo, prosseguiu, demonstra o afeto por esta gente alegre, hospitaleira
e carinhosa que passou por cima de todas as diferenças,
não viu barreiras culturais e nem de idioma para interagir
e estabelecer os laços que se consolidaram sob a linguagem
universal da amizade.
Mais
do que palavras na mente da criança que fui, são
princípios gravados na alma do homem que sou, filosofou
Junji, referindo-se aos ensinamentos transmitidos pelos seus ancestrais.
Vereador (1973-1976), deputado estadual (1991-2000), prefeito
de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, por oito anos
consecutivos, de 2001 a 2008, e deputado federal (fev/2011-jan/2015),
ele pincelou o histórico de colaboração mútua
que marca os dois países ao longo destes 107 anos desde
a chegada dos primeiros imigrantes japoneses ao País.
Graças
à determinação dos ancestrais na missão
de instrumentalizar o comportamento dos descendentes no cotidiano,
apontou Junji, fomos preparados para ser patriotas, cidadãos
dignos, cumpridores dos deveres. Para exemplificar, citou
a tragédia do vazamento radioativo na usina nuclear de
Fukushima, quando o mundo assistiu, perplexo, à devoção
de aproximadamente 100 homens, entre técnicos e voluntários,
que decidiram correr risco de morte para salvar milhares de vidas.
Em pouco mais de três anos, o Japão já
se havia recuperado da devastação provocada pelo
terremoto seguido de tsunami, em 11 de março 2011,
indicou, ao falar sobre o princípio da superação,
tão difundido entre os nipônicos.
O contexto
nacional, marcado pela escalada da violência, reforça
a necessidade de cultivar a rica herança de valores morais
dos ancestrais dentro de casa, como advertiu Junji. Falo
de dignidade, patriotismo, responsabilidade, trabalho duro, disciplina,
respeito, ética, moralidade e amor ao próximo. É
no lar que começa o processo de formação
do cidadão, daquilo que ele classifica como certo e errado,
de suas crenças e filosofia de vida.
Junji
observou que os brasileiros, descendentes da imigração
japonesa, têm de se desdobrar para preservar esses princípios.
Também temos a obrigação de batalhar
para que a população evolua e deixe de ser tão
materialista. Que os valores cultivados pelos nikkeis sejam de
todos. A sociedade precisa ser estimulada a vigiar sempre, com
a imprescindível colaboração da Imprensa
que tem um papel crucial para ajudar a frear negociatas e a prática
de corrupção, completou.
Na
visão de Junji, o caminho para aprimorar a sociedade e,
junto com ela, a qualidade dos representantes, é a educação.
Não falo da que está aí. Mas, sim do
ensino de alto valor qualitativo, com período integral,
valorização do magistério e a inclusão
de disciplinas como ética, cidadania e religiosidade
qualquer que seja o credo, descreveu, ostentando o conceito
que sempre norteou sua atuação na vida pública.
A Língua
Japonesa acolhe expressões de profundo significado, que
traduzem bem a formação cultural do povo nipônico
e funcionam como bússola para nortear a postura do ser
humano no lar e na sociedade. Ao fazer esta observação,
Junji usou o projetor multimídia para evidenciar algumas
expressões em japonês e seus respectivos significados.
Gaman
(suportar, resistir), omêwaku (não incomodar), kyôroku
(solidariedade),shinyô (credibilidade),doôroku shá
(trabalhador), sekinin (responsabilidade),yakussoku (compromisso),
seikaku (pontualidade),kenson (humildade), môtainai (não
desperdiçar), ai koku shin (patriotismo), gambarê
(avante), Oya koôko (amor aos pais), on (gratidão)
e aijô (amor) foram algumas das expressões japonesas
elencadas por Junji para traçar o perfil da formação
cultural do povo nipônico. Interpretadas com a força
das ações que representam, demonstram hábitos
que precisamos difundir, honrando nossos ancestrais e tornando
melhor e mais promissor o futuro dos nossos descendentes,
apregoou.
Relação
bilateral
Na
palestra que fez à plateia no Rotary Club, Junji assinalou
o histórico de colaboração mútua que
marca os dois países ao longo destes 107 anos desde a chegada
dos primeiros imigrantes japoneses ao País. Ele elencou
os financiamentos e tecnologias responsáveis por avanços
sem precedentes no agronegócio nacional, como o desbravamento
do cerrado brasileiro e, por meio da Jica Agência
Japonesa de Cooperação Internacional, a autossuficiência
na produção de maçãs.
Junji
também rememorou os megafinanciamentos concedidos pelo
governo japonês para a despoluição do Rio
Tietê e da Baía da Guanabara, assim como o impulso
à produção siderúrgica na Usiminas
que contribuiu com o avanço tecnológico da Siderbras,
elevando a qualidade do ferro, aço e derivados, insumos
para a indústria nacional.
Como
a cooperação é uma via de mão dupla,
assinalou o ex-prefeito, o Japão prescinde do Brasil
que vem respondendo presente como fornecedor de minérios
e de produtos agrícolas como soja, café, algodão,
suco de laranja, carne bovina e aves. Logo, completou ele, os
japoneses também importarão etanol brasileiro para
substituir as perigosas usinas nucleares.
Presente
ao evento, o vereador Juliano Abe (PSD), de Mogi das Cruzes, recebeu
especial manifesto de gratidão dos rotarianos. Ele é
autor de Moção de Aplausos ao Rotary Club mogiano
pelo Rotary Day, um dia de promoção da cidadania,
com a prestação de diversos serviços gratuitos
à comunidade, realizado no sábado último
(13/06), na Escola Municipal Dr. Benedito Laporte Vieira
da Motta, localizada no Distrito mogiano de Jundiapeba.
Também
participaram da solenidade Sidney Florêncio da Costa, presidente
do Rotary Club de Mogi das Cruzes Leste; Rosangela Kolberg,
secretária do Rotary Club de Mogi das Cruzes; Cacilda Soares
da Costa, governadora assistente do Distrito 4.430 Área
10; Sonia Maria Veneziani Ribeiro, presidente da Associação
de Rotaryanos de Mogi das Cruzes; os secretários municipais
Osvaldo Nagao, de Agricultura e Abastecimento, Nobuo Aoki Xiol,
de Transportes, e Cel. Paulo Madureira Sales, adjunto de Segurança
Pública, todos de Mogi das Cruzes; Professor Milled Cury,
rotariano benemérito e membro da FEB Força
Expedicionária Brasileira; e intercambistas do Rotary,
como Kato, do Japão, Khushal Nandekar, da Índia;
entre outros rotarianos e convidados.
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